A tão esperada viagem inaugural tripulada do Boeing Starliner que estava marcada para este sábado (25) foi postergado — e até agora a NASA não anunciou uma nova data. “A equipe está em reuniões há dois dias consecutivos, avaliando a justificativa do voo, o desempenho do sistema e a redundância”, disse a agência em comunicado. “Ainda há trabalho a ser feito nessas áreas e a próxima oportunidade de lançamento ainda está sendo discutida.”
A atualização ocorre após vários atrasos neste mês e uma semana depois que as equipes da missão Starliner relataram um pequeno vazamento de hélio no módulo de serviço da espaçonave. Eles rastrearam o vazamento até uma parte chamada flange no sistema de controle de reação de um único propulsor, onde o hélio é usado para permitir o funcionamento dos propulsores.
Há poucos dias, a NASA anunciou que as equipes não planejavam lançar antes de 25 de maio, dizendo que o tempo adicional antes do lançamento daria aos especialistas mais tempo para avaliar o problema, embora as análises até então tivessem descoberto que o vazamento não representava um problema. ameaça à missão.
“Testes de pressão realizados em 15 de maio no sistema de hélio da espaçonave mostraram que o vazamento no flange é estável e não representaria um risco neste nível durante o voo”, disse a agência espacial em comunicado à imprensa na última sexta-feira. (17).
“Também foi indicado que o restante do sistema de propulsão está efetivamente vedado em todo o módulo de serviço. As equipes da Boeing estão trabalhando para desenvolver procedimentos operacionais para garantir que o sistema mantenha capacidade de desempenho suficiente e redundância apropriada durante o voo.”
Esta missão, chamada Crew Flight Test, pode ser o último grande marco antes que a NASA considere a espaçonave Boeing pronta para operações de rotina como parte do Programa de Tripulação Comercial da agência federal. O voo histórico estava a cerca de duas horas do lançamento, em 6 de maio, quando foi cancelado devido a um problema em uma válvula do segundo estágio, ou parte superior, do foguete Atlas V que levará o Starliner ao espaço.
Os astronautas da NASA designados para tripular a missão para uma estadia de uma semana na Estação Espacial Internacional, Suni Williams e Butch Wilmore, estavam em quarentena pré-voo, mas retornaram a Houston em 10 de maio para passar um tempo com suas famílias, disse a Boeing na semana passada.
“A NASA compartilhará mais detalhes assim que tivermos um caminho mais claro a seguir”, disse a agência espacial em seu último comunicado.
Os objetivos históricos da Boeing
O Crew Flight Test está em desenvolvimento há uma década – o resultado dos esforços da Boeing para desenvolver uma espaçonave digna de transportar astronautas de e para a Estação Espacial Internacional no âmbito do programa comercial da NASA.
O lançamento marcaria apenas a sexta viagem inaugural de uma espaçonave tripulada na história dos EUA, observou o administrador da agência espacial Bill Nelson em uma entrevista coletiva no início deste mês. “Tudo começou com Mercúrio, depois Gemini, depois Apollo, o ônibus espacial, depois o Dragon (da SpaceX) – e agora o Starliner”, disse ele.
A Boeing projetou o Starliner para rivalizar com a prolífica cápsula Crew Dragon da SpaceX e expandir as opções dos EUA para o transporte de astronautas para a Estação Espacial. A bordo, Williams também fará história como a primeira mulher a embarcar nessa missão.
Um começo difícil
Problemas de desenvolvimento, voos de teste e outros contratempos dispendiosos atrasaram o caminho do Starliner até a plataforma de lançamento. Enquanto isso, a rival da Boeing no programa de tripulação comercial da NASA – a SpaceX – tornou-se o principal fornecedor de transporte para os astronautas da agência espacial.
Williams e Wilmore já estavam sentados a bordo da cápsula Starliner em 6 de maio, quando os engenheiros encontraram um problema e interromperam o lançamento. A equipe da United Launch Alliance, que constrói o foguete Atlas V, identificou uma válvula reguladora de pressão em um tanque de oxigênio líquido que precisava ser substituída. A peça foi substituída, mas o problema mais recente com o vazamento de hélio na espaçonave Boeing no topo do foguete causou mais um atraso.
Quando a espaçonave for lançada conforme planejado, ela e os astronautas a bordo se separarão do foguete Atlas V após atingir a órbita, enquanto o Starliner começará a acionar seus próprios motores. O veículo provavelmente passará mais de 24 horas caminhando gradualmente em direção à estação espacial. Espera-se que Williams e Wilmore passem cerca de uma semana no laboratório orbital, juntando-se aos sete astronautas e cosmonautas já a bordo, enquanto o Starliner permanece ancorado do lado de fora.
A tripulação histórica retornará então para casa a bordo da mesma cápsula, que deverá pousar de paraquedas em um dos vários locais designados no sudoeste dos Estados Unidos.
*Jackie Wattles e Ashley Strickland da CNN contribuíram para esta história.
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