Investidores que buscam renda passiva ganharam esta semana uma nova opção de produto financeiro com a chegada do DIVD11, ETF (fundo de índice) da Itaú Asset que distribui dividendos mensais aos cotistas. Ele se junta ao NDIV11do Nubank, lançado em setembro do ano passado.
Produtos desse tipo são permitidos desde janeiro de 2023, mas só recentemente chegaram à B3. Até então, os ETFs de dividendos disponíveis eram os Divo11 e a BBSD11que não distribuem lucros aos acionistas, mas reinvestem os valores para devolver ganhos na forma de valorização das ações.
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Mas com as novas opções na Bolsa, o que é mais importante para uma estratégia focada em ganhos: montar seu próprio portfólio ou comprar um ETF? Conheça a seguir os prós e contras dos dois tipos de investimento, bem como as diferenças entre os ETFs de dividendos disponíveis no Brasil.
DIVD11 x NDIV11
Os ETFs Itaú Asset e Nubank cobram taxa de administração de 0,50% e não possuem taxa de performance. Por outro lado, a cota mínima no NDIV11 é de R$ 112,63 nesta terça-feira (22), conforme consulta da B3. O DIVD11, que será lançado na bolsa no dia 11 de junho, terá investimento inicial mínimo de R$ 50.
Outra diferença está nos índices seguidos pelos produtos. Enquanto o DIVD11 segue o It Now IDIV Renda Dividendos Fundo de Index (DIVD11), nova versão do famoso IDIV voltado para ETFs que pagam dividendos, o NDIV11 olha para o índice Ibovespa Smart Dividends B3 (IBSD), criado em parceria com a B3.
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ETFs de dividendos ou construção de um portfólio?
Para entender como os dois tipos de investimento focados em lucros se comparam, o InfoMoney conversou com especialistas para entender os prós e os contras de cada estratégia. Confira abaixo como eles se comparam em termos de desempenho, risco, diversificação, conveniência, taxas, impostos e poder de reação.
Desempenho: carteira de ações
Nos últimos 12 meses, o rendimento de dividendos (indicador que mede o retorno de uma ação apenas com o pagamento de dividendos) do NDIV11 foi superior ao obtido pelo IBSD desde setembro, quando foi lançado. Mas ambos os valores são inferiores ao DY entregue por quatro das cinco ações com dividendos mais recomendadas para maio, sugerido por 10 gestores consultados pelo InfoMoney.
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Risco: ETFs
Os ETFs contêm um conjunto diversificado de ações, o que reduz o risco específico de uma empresa. O IDIV, seguido pelo produto Itaú Asset, inclui 49 empresas diferentes, enquanto o IBSD totaliza 21. Por outro lado, essa diversificação pode diluir os retornos de títulos que pagam dividendos muito elevados.
Diversificação: carteira de ações
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O investidor tem total controle sobre a seleção das ações e pode adaptar a carteira de acordo com suas preferências e objetivos. “Existe o poder de escolha para identificar as melhores oportunidades de acordo com perfil, estratégia, objetivos e tolerância ao risco”, afirma Victor Bueno, sócio e analista de ações da Nord Research. Mas se o investidor não conhece o mercado e não sabe analisar as empresas, esse poder de decisão torna-se um risco.
Conveniência: ETFs
Comprar um ETF é tão fácil quanto comprar uma ação e, ao adquirir uma única ação, o investidor fica automaticamente exposto a uma cesta de títulos que rendem rendimentos, tarefa muito mais simples do que o esforço de escolher, por conta própria, as ações que irão compor o portfólio.
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Tarifas: carteira de ações
Os ETFs são administrados por profissionais, o que economiza tempo e esforço do investidor. Por outro lado, as taxas de administração dos fundos, além de outros encargos, podem “consumir parte do retorno do investidor”, disse Evandro Medeiros, analista da Suno Research.
Porém, é preciso ter cuidado: ao comprar ações por conta própria também há um custo envolvido, que é a taxa de corretagem cobrada pela corretora, e a taxa de negociação aplicada pela B3. O valor, porém, só é cobrado na compra do papel, sem reincidência.
Imposto de Renda: carteira de ações
Os ETFs de renda variável, assim como no caso dos fundos de dividendos, estão sujeitos à alíquota fixa de 15% de Imposto de Renda (IR) sobre o ganho de capital do investidor com a operação, independentemente do período de investimento. Os dividendos distribuídos diretamente aos acionistas estão isentos de imposto de renda. Além disso, as próprias ações ficam isentas de tributação para vendas de até R$ 20 mil.
Poder de reação: carteira de ações
O investidor direto em ações que pagam dividendos pode reagir rapidamente às mudanças nas empresas ou no mercado. Por outro lado, estas mudanças exigem um acompanhamento constante e podem ser difíceis para investidores menos experientes.
Qual estratégia escolher?
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, depende. “Para o investidor iniciante, que não tem conhecimento aprofundado de análise de empresas, acho que faz sentido a exposição via ETFs, até para sentir o comportamento da renda variável”, disse Bueno, da Nord Research. Se os investidores compreenderem o mercado, poderão “escolher empresas que paguem os melhores dividendos através dos melhores indicadores”.
Medeiros, da Suno Research, tem opinião semelhante. Os investidores que não possuem conhecimento aprofundado do mercado de ações, mas buscam expor parte de seus ativos à renda variável, podem se beneficiar dos ETFs, disse. Já a carteira focada em empresas pagadoras de dividendos oferece mais vantagens para quem “tem interesse em investimentos e está disposto a estudar e acompanhar os resultados das empresas”, concluiu.