Criticado pelo PSDB e setores ligados ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB)o ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do estado, Paulo Pimenta (PT-RS)colocou ainda mais lenha na fogueira do confronto com os tucanos.
Na terça-feira (21), durante entrevista coletiva em que atualizou o balanço das ações do governo federal para a recuperação do estado, o petista foi irônico ao responder a pergunta de um repórter sobre as críticas feitas pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) à sua nomeação como ministro extraordinário no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Aécio, um dos principais líderes do PSDB, classificou a escolha de Lula como uma “excrescência”. Segundo o tucano – que foi candidato à Presidência da República em 2014, derrotado no segundo turno por Dilma Rousseff (PT) –, Lula deveria ter consultado o próprio Leite antes de escolher Pimenta para o cargo. A decisão do presidente, segundo o PSDB, foi um desrespeito ao governador.
Segundo Aécio, a escolha de Pimenta, que pretende concorrer ao governo do Rio Grande do Sul em 2026, “é um exemplo de que o presidente está mais preocupado com a politização do que com a eficácia de suas ações”.
Paulo Pimenta é considerado provável candidato petista para suceder Leite no governo do Rio Grande do Sul, em 2026. Como já está no segundo mandato consecutivo como governador, o tucano não poderá concorrer ao Palácio Piratini nas próximas eleições .
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“Aécio Neves? Não sei”, disse Pimenta simplesmente ao ser questionado sobre o assunto durante a coletiva de imprensa. A resposta do ministro arrancou risos de outros membros do governo federal que o acompanhavam – como a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
No Palácio do Planalto, interlocutores do presidente dizem que a motivação político-eleitoral não foi o fator determinante para a indicação de Pimenta ao cargo, embora tenha pesado na balança. Esses aliados de Lula acreditam que a ligação do ex-ministro da Secom com o Rio Grande do Sul tornou a escolha quase “inevitável”. Pimenta nasceu na cidade de Santa Maria (RS), uma das mais afetadas pelas chuvas de abril e maio deste ano.
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Por outro lado, no próprio ambiente de Lula, foram muitos os que recomendaram que o presidente optasse por um nome mais “neutro” para o cargo, de preferência não filiado ao PT. Um dos especulados para a tarefa foi o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). Lula ouviu, considerou, mas fez a escolha final por Pimenta.
Tradicionalmente competitivo na capital Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, o PT perdeu força nos últimos anos e não governa o estado desde 2015, quando Tarso Genro deixou o Palácio Piratini após 4 anos de gestão. Antes, o partido elegeu Olívio Dutra, em 1998 (governou entre 1999 e 2003).
Desde a saída de Tarso, o Rio Grande do Sul foi governado por José Ivo Sartori (PMDB), de 2015 a 2019; e Eduardo Leite (PSDB), duas vezes, de 2019 a 2022 e desde janeiro de 2023.