Uma pena de uma ave extinta da Nova Zelândia bateu recorde ao ser vendida por US$ 46.521 NZD (cerca de R$ 144 mil), informou a casa de leilões responsável pela venda.
A ave foi vista oficialmente pela última vez no início do século 20 e suas penas já foram vendidas por 8.400 dólares neozelandeses (cerca de 5.100 dólares), de acordo com a casa de leilões Webb’s.
A pena do pássaro huia, que deveria ser vendida por até 3 mil dólares neozelandeses (cerca de R$ 10 mil), superou a estimativa na segunda-feira (20) e se tornou a pena mais cara já vendida no mundo, informou a casa. leilões.
“Esta pena rara de huia é um belo exemplo da história natural de Aotearoa e nos lembra da fragilidade do nosso ecossistema”, disse Leah Morris, chefe de artes decorativas da casa de leilões com sede em Auckland, em comunicado.
‘Popularidade letal’
Membro da família das acácias, a huia era amada por muitas pessoas.
Para os Maori, o povo nativo da Nova Zelândia, as penas do pássaro eram uma marca de status elevado e a distinta plumagem com pontas brancas era usada em cocares cerimoniais.
Somente aqueles de posição mais elevada foram autorizados a usar penas de huia no cabelo ou nas orelhas, de acordo com o Museu da Nova Zelândia.
As penas eram frequentemente trocadas por outros bens valiosos ou dadas como presentes para demonstrar amizade e respeito, disse a casa de leilões.
Segundo o museu, os neozelandeses europeus também passaram a ver a huia como um símbolo de prestígio. Eles usavam as penas do animal como acessórios de moda e as huias de pelúcia eram montadas como decoração em casas ricas.
Os especialistas também explicam que os caçadores Maori e europeus mataram a ave em “grande número” durante o século XIX, vendendo a pele a colecionadores e negociantes de moda.
Diz-se que a “popularidade letal” da huia cresceu ainda mais quando o duque e a duquesa de York foram fotografados usando penas nos chapéus durante uma viagem à Nova Zelândia em 1901.
“As pessoas ficaram um pouco frenéticas e decidiram que todo mundo queria uma pena de huia”, disse o chefe de artes decorativas da casa de leilões, sobre o evento.
As tentativas dos cientistas no início de 1900 de conservar as aves restantes falharam.
Um plano do governo para enviar os huais para ilhas offshore resultou na sua venda como espécimes mortos, segundo o museu, acrescentando que era mais “lucrativo” do que mantê-los vivos.
A casa de leilões disse que todos os potenciais compradores serão obrigados a fornecer uma licença do Ministério da Cultura e Patrimônio da Nova Zelândia antes da venda na segunda-feira.
Por se tratar de objeto de importância nacional, a pena só poderia ser adquirida por colecionadores cadastrados e não poderia sair do país sem autorização do ministério.
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