As bolsas europeias fecharam maioritariamente em alta esta segunda-feira, 20, numa sessão com poucos indicadores e em que as atenções se voltaram para as perspetivas de redução das taxas de juro por parte dos principais bancos centrais. Diretores de grandes instituições fizeram comentários públicos ao longo da sessão, o que corroborou a visão de que as taxas deveriam cair em uma das próximas reuniões na Europa. Além disso, o sector mineiro foi alvo de atenção, especialmente devido a medidas que poderão estimular a procura chinesa.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,18%, aos 523,88 pontos.
O vice-presidente do Banco de Inglaterra (BoE), Ben Broadbent, disse que a taxa de juro básica britânica poderá ser reduzida durante o verão no Reino Unido. Broadbent disse que a política monetária é mais restritiva agora do que no primeiro semestre de 2023, mas observou que as projeções sugerem que as restrições terão de ser atenuadas em algum momento.
De acordo com Bloomberg, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Martins Kazaks, disse que o BCE provavelmente começará a cortar as taxas de juro em junho, mas alertou que quaisquer novas reduções dependerão do comportamento dos dados. Segundo Kazaks, a estratégia de observar os dados antes de tomar decisões tem sido “apropriada, até agora”, e o processo de redução das taxas de juros precisa ser “gradual” e “sem pressa”.
O vice-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Philip Jefferson, reiterou que os líderes consideraram não apropriado cortar as taxas de juros antes de ganharem maior confiança de que a inflação está caminhando para a meta de 2% ao ano. Jefferson disse acreditar que o nível das taxas é restritivo à medida que o mercado de trabalho se equilibra melhor, embora a inflação não esteja esfriando tão rapidamente quanto ele gostaria.
“Os investidores têm muito com que se manter ocupados, com a incerteza geopolítica a colidir com as esperanças de crescimento da China e com algum nervosismo interno antes dos números da inflação de quarta-feira”, afirma Danni Hewson, chefe de análise financeira da AJ Bell. “O optimismo ainda parece ser a principal força motriz, com as acções do sector mineiro a subirem significativamente depois dos preços do cobre terem atingido novos máximos históricos, graças em parte às novas medidas destinadas a apoiar o sector imobiliário em dificuldades da China”, avalia ela.
Em Londres, a BHP (+1,04%) e a Glencore (+0,91%) avançaram, ajudando o FTSE 100 a subir 0,05%, para 8.424,20 pontos. Em Frankfurt, o DAX fechou em alta de 0,33%, aos 18.767,06 pontos. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,35%, para 8.195,97 pontos. Em Madrid, o Ibex35 subiu 0,10%, para 11.339,50 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 valorizou 0,22%, para 6.902,84 pontos.
A exceção foi Milão, onde o FTSE MIB caiu 1,62%, para 34.825,01 pontos, fortemente pressionado pelas quedas generalizadas do setor bancário.
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