Fortes chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul deixaram um rastro de destruição e preocupação para a saúde pública. O médico Roberto Kalil, presidente do Conselho Diretor do Instituto do Coração (InCor), alertou para o risco de surtos de doenças decorrentes do contato com água contaminada.
Principais ameaças à saúde
Entre as principais ameaças, Kalil destacou gastroenterocolite (infecções intestinais), leptospirose, tétano e raiva. A leptospirose, causada pela bactéria Leptospira, pode ser transmitida pela urina de ratos e apresenta risco de formas graves.
Além disso, à medida que as temperaturas descem, existe a preocupação com infecções respiratórias, como a gripe e a Covid-19, que podem espalhar-se rapidamente em abrigos improvisados.
“São vários problemas que afetam a população tanto durante a tragédia como nas semanas e meses que se seguem.”
Importância da vacinação
O especialista destacou a importância da vacinação contra doenças respiratórias, principalmente para a população mais vulnerável, como crianças, idosos e pessoas com comorbidades.
Ele lembrou ainda que não existe vacina contra a leptospirose, sendo fundamental procurar atendimento médico imediato em caso de sintomas.
“A vacina tem um efeito importante nos próximos meses, porque estamos entrando no inverno, onde enfrentamos um grave problema de gripe em uma população que está longe de suas casas, em abrigos, onde a contaminação será muito maior.”
Cuidados essenciais
Kalil recomendou cuidados extras para quem esteve em contato com água contaminada, mesmo que fosse breve. “Qualquer sintoma, como febre ou mal-estar, é importante procurar atendimento médico”, alertou.
Ele também destacou a necessidade de higiene e cuidados especiais nos abrigos para evitar a propagação de doenças.
As autoridades de saúde estão a trabalhar para criar espaços alternativos de cuidados, como hospitais de campanha, face à destruição de unidades de saúde pelas cheias. A situação requer atenção contínua e medidas preventivas para proteger a população afectada.
Mais Informações
Para obter mais informações e orientações sobre como se proteger durante e após as cheias, as pessoas podem contactar as autoridades de saúde locais ou seguir as comunicações oficiais.