Há dificuldades para desmatar áreas da Grande Porto Alegre que viraram “grandes poços”, disse o ministro-chefe da Secretaria de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, nesta sexta-feira (17).
A situação é mais delicada na capital, em Canoas e São Leopoldo. “Nem conseguimos saber se estas zonas poderão ou não voltar a ser habitadas”, disse Pimenta, em conferência de imprensa.
O problema, segundo o ministro, é que o sistema de diques e bombas da região, construído para evitar perturbações como a cheia histórica da década de 1940, tinha uma “capacidade de resposta” “insuficiente”.
Pimenta comparou o sistema atual a um carro da década de 1970 – época em que foi construído. “Esse sistema foi concebido em outra época, em outra tecnologia e em outra realidade”, afirmou o ministro.
O sistema foi criado para resistir a limites como a enchente de 1941. Porém, como as chuvas que devastaram não só a Grande Porto Alegre, mas também o Vale do Taquari e o centro e sul do estado foram mais fortes, o sistema ficou sobrecarregado.
“Essa água entrou pelos diques, ou os rompeu, e mesmo com a baixa dos rios não vai embora. Os diques viraram uma contraproteção: virou piscina”, explicou Pimenta.
Por conta disso, os governos federal, estadual e municipal da Grande Porto Alegre aguardam a conclusão da chegada de mais 27 bombas modernas ao Rio Grande do Sul para tirar água das áreas urbanas.
De São Paulo, deverão vir 18 bombas da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Oito bombas no Ceará e uma em Alagoas – esta usada para atravessar o rio São Francisco – também estão a caminho.
Dois dos aparelhos já chegaram, segundo Pimenta. Outros quatro devem chegar nesta sexta-feira à Grande Porto Alegre para serem utilizados na capital e no município de Canoas.
Também presente na coletiva de imprensa, que serviu de forma para o governo federal detalhar as ações no estado, o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, disse que, até domingo (19), todas as 18 bombas da Sabesp deverão estar em Rio Grande do Sul.
“Estamos abrindo várias frentes para ter aqui o máximo de bombas que houver no país”, declarou Waldez Góes, afirmando que já está sendo montada a operação logística para trazer as bombas do Ceará.
“Num segundo momento, o governo federal quer ajudar a fazer o estudo para revitalizar todo esse sistema”, disse Pimenta, afirmando ainda que iniciativas desse tipo devem ser levadas para outras regiões, no interior do estado.