O desemprego entre as mulheres brasileiras permaneceu consideravelmente maior do que entre os homens no primeiro trimestre de 2024, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (16).
A taxa de desemprego foi de 6,5% para os homens no primeiro trimestre, em comparação com 9,8% para as mulheres.
Na média nacional, a taxa de desemprego foi de 7,9% no período.
Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional dos brancos, de 6,2%, muito abaixo do resultado dos negros (9,7%) e pardos (9,1%).
A taxa de desemprego das pessoas com ensino médio incompleto foi de 13,9%, mais que o triplo do resultado das pessoas com ensino superior completo, cuja taxa foi de 4,1%.
Renda desigual
Outro dado que evidencia a disparidade entre mulheres e homens no mercado de trabalho é o rendimento médio real habitualmente recebido no trabalho principal.
Apesar de ter atingido o recorde de R$ 3.033 no período, as mulheres trabalhadoras continuam recebendo apenas 80% do salário médio dos homens.
Considerando apenas o rendimento habitual obtido no trabalho principal (e não em todos os empregos), o rendimento médio atingiu nível recorde no primeiro trimestre de 2024 tanto para os homens, R$ 3.323, quanto para as mulheres, R$ 2.639.
Ou seja, os homens ganham cerca de 26% mais do que as mulheres no seu trabalho principal.
3,9 milhões de desempregados
No primeiro trimestre de 2024, 3,967 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês mas menos de um ano, 6,5% menos desempregados nesta situação do que no mesmo período do ano anterior, e 1,773 milhões procuravam para um emprego há menos de um mês, uma queda de 10% nesta categoria de desemprego do que no primeiro trimestre de 2023.
No longo prazo, o país tinha 1,916 milhão de pessoas desempregadas, ou seja, procurando emprego há pelo menos dois anos.
Se forem considerados todos aqueles que procuram emprego há pelo menos um ano, este número em situação de desemprego de longa duração sobe para 2,883 milhões.
Apesar do número ainda elevado, o total de pessoas que procuravam oportunidade de emprego há dois anos ou mais diminuiu 14,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
“Há uma tendência de redução dessa população desempregada. Todas as categorias de tempo de busca apontam tendência de redução, até porque a população desocupada como um todo, na comparação anual, reduziu”, pontuou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Renda do IBGE.
Outras 967 mil pessoas procuravam emprego há pelo menos um ano, mas menos de dois anos, menos 1,2% indivíduos nesta situação face ao primeiro trimestre de 2023.
Apesar da melhora geral, a taxa de desemprego aumentou significativamente em oito das 27 Unidades da Federação (UFs).
O resultado é influenciado por movimentos sazonais, já que os primeiros trimestres de cada ano são caracterizados por um aumento na procura de emprego, explicou Beringuy.
No primeiro trimestre de 2024, as maiores taxas de desemprego foram na Bahia (14%), Pernambuco (12,4%) e Amapá (10,9%), enquanto as menores ocorreram em Rondônia (3,7%), Mato Grosso (3,7%) e Santa Catarina. Catarina (3,8%).
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