A chanceler argentina, Diana Mondino, disse nesta quinta-feira (16) que o governo venezuelano descumpriu acordos internacionais ao negar salvo-conduto aos seis opositores que se refugiam na embaixada argentina em Caracas.
“É uma violação absoluta de todos os acordos internacionais e não faz sentido, do nosso ponto de vista, tentar reter pessoas contra a sua vontade”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros argentino ao canal de notícias NTN 24, em Washington.
Mondino se reuniu com o conselheiro de Segurança dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e, nesta sexta-feira (17), se reunirá com o secretário de Estado Antony Blinken.
Na última quarta-feira (15), Diosdado Cabello, importante nome do chavismo, disse em seu programa de televisão que o governo venezuelano não concederá passagem segura a opositores que estão na embaixada argentina em Caracas desde março.
O porta-voz do governo de Javier Milei, Manuel Adorni, afirmou, porém, que a Casa Rosada — sede do governo argentino — mantém diálogo com o Palácio Miraflores — sede do governo venezuelano — para obter permissão para que os opositores deixem a Venezuela em segurança.
Os seis venezuelanos que estão na representação argentina em Caracas são membros da equipa da líder da oposição María Corina Machado, contra quem o Ministério Público venezuelano emitiu mandados de detenção.
O argumento do deputado é que estariam ligados a planos para desestabilizar o país e até assassinar o presidente Nicolás Maduro.
No total, sete integrantes da equipe de Corina Machado foram presos até o momento e, segundo sua equipe, quatro deles não têm contato com advogados ou familiares.
Depois de receber requerentes de asilo na sua embaixada na capital venezuelana, o governo argentino chegou a emitir um comunicado alertando Caracas sobre a obrigação, por parte dos Estados receptores, de proteger a integridade das missões diplomáticas.
A nota foi divulgada em março, depois que o prédio diplomático perdeu energia.
Um dos requerentes de asilo, Pedro Urruchurtu, coordenador internacional da campanha da líder da oposição María Corina Machado, disse mesmo à rádio argentina que funcionários da companhia estatal de electricidade roubaram os fusíveis do imóvel.
De acordo com a Convenção sobre Asilo Diplomático, assinada em 1954, os Estados são obrigados a permitir imediatamente que os requerentes de asilo saiam do estrangeiro quando os países que concederam asilo concederem a medida e fizerem este pedido.
O asilo só pode ser concedido em casos de urgência, como perseguições, com risco de vida, liberdade ou integridade pessoal. Pelo acordo, não é permitido dar asilo a pessoas condenadas ou processadas por crimes comuns.
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