A possível candidatura do apresentador de TV José Luiz Datena à prefeitura de São Paulo (SP) pelo PSDB, anunciada pelo próprio jornalista em conversas com lideranças partidárias, é motivo de entusiasmo e pode recolocar o partido no centro do debate político a partir das eleições municipais.
A avaliação é do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG)), um dos defensores da tese de que o partido deve ter candidato próprio na maior cidade do Brasil em outubro.
Até então, Datena era o nome mais popular para ocupar o cargo de vice na chapa liderada pelo deputado federal Tabata Amaral (SP), pré-candidato do PSB a prefeito da capital paulista. Em abril, apenas 4 meses após ingressar no PSB, Datena migrou para o PSDB, num acordo que supostamente atrairia os tucanos para a chapa do parlamentar.
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Apesar das especulações de que poderia ser vice-presidente de Tabata, Datena nunca anunciou publicamente sua candidatura. Desde que trocou de partido o apresentador vinha sofrendo pressão de nomes como Aécio e do governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB)liderar a passagem tucana na maior cidade do Brasil.
Desde que foi fundado em 1988, o PSDB sempre teve candidato próprio nas eleições municipais de São Paulo. O partido elegeu três prefeitos: José Serra (em 2004), João Doria (2016) e Bruno Covas (2020). O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), era vice-presidente de Covas e assumiu o cargo de prefeito com a morte do tucano, em 2021.
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“São Paulo é a única eleição nacional que o Brasil viverá este ano, cujo resultado, de alguma forma, sinaliza algo especial para 2026. O PSDB quer dar um sinal nesta campanha e mostrar que não está ligado a um pólo só ou outro. A nossa própria candidatura seria a forma mais adequada de mostrar isso”, afirmou Aécio, em entrevista ao UOLnesta sexta-feira (17).
“Surgiu Datena, uma figura popular que tem impacto na pesquisa. Pensando de forma pragmática, nos dá uma plataforma para dizer o que queremos para o Brasil”, continuou o deputado e ex-senador. “Se ele realmente estiver disposto a disputar as eleições com conteúdo, com dirigentes do PSDB ao seu lado e falando sobre o futuro, é uma alternativa que não temos nem o direito de desprezar.”
Na entrevista, o parlamentar – que disputou a Presidência da República pelo PSDB em 2014 e foi derrotado, no segundo turno, pelo Dilma Rousseff (PT) – revelou que terá uma reunião, esta sexta-feira, com o presidente nacional do partido, Marconi Perilloe o comandante do diretório municipal de São Paulo, José Aníbal“que poderá ser definitivo” para confirmar a candidatura de Datena.
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“Se sofremos muito no Brasil, em São Paulo essas decisões erradas custaram um preço muito alto. Foi por causa do privilégio paulista sobre o privilégio nacional que fomos impedidos de concorrer à Presidência da República”, criticou Aécio, sem citar o nome do ex-governador de São Paulo João Doria (hoje sem partido), que tentou para viabilizar seu nome para disputar o Planalto em 2022, sem sucesso.
Ainda segundo Aécio, mesmo que Datena acabe desistindo de ser candidato novamente – como tem sido comum nas últimas eleições –, o PSDB está preparado para apresentar um “plano B” nas eleições paulistas.
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“Essa conversa com o Datena, se ele estiver disposto a disputar essas eleições, será construída com conteúdo. Provavelmente ele terá um companheiro tucano de raiz ao seu lado na chapa para poder falar novamente com o São Paulo”, afirma o deputado. “Prefiro esta alternativa, com todos os riscos, a um alinhamento por espaço político que nos misture com outros grupos já consolidados.”
“Temos a convicção de que cumpre um papel essencial para nós, que é sair desta eleição sem vínculo com um campo ou outro, já que temos um projeto nacional. Se ele não estiver [candidato]também estamos preparados para encontrar rapidamente outro caminho, um plano B. Sempre defenderei a minha própria candidatura”, finalizou Aécio.