O Santander Brasil elevou as perspectivas para o crescimento econômico brasileiro em 2024, apesar do impacto negativo das enchentes no Rio Grande do Sul, e passou a ver a taxa básica de juros mais alta tanto neste ano quanto no próximo.
A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto em 2024 subiu para 2,0%, ante 1,8% previsto em abril, segundo relatório assinado pela economista-chefe Ana Paula Vescovi e equipe, mantendo a perspectiva de expansão em 2025 em dois%.
O aumento ocorre apesar do Santander considerar um impacto negativo de 0,3 ponto percentual no PIB devido às enchentes no Rio Grande do Sul, que já deixaram 154 mortos e mais de 540 mil desabrigados.
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“Elevamos a nossa projeção do PIB para 2024, mas vemos aumento dos riscos de ambos os lados. Vemos agora um mercado de trabalho ainda mais forte, com a perspectiva de que a taxa de desemprego se mantenha em níveis baixos durante mais tempo, com o risco de um desemprego ainda mais baixo. Assim, aumentamos a nossa projeção do PIB para 2024”, apontou o banco no relatório.
Do lado negativo, o Santander disse que a revisão foi pequena devido aos impactos descendentes das enchentes no Rio Grande do Sul na atividade anual.
“O impacto negativo das enchentes no Rio Grande do Sul pode ser maior do que nossa estimativa inicial, considerando que a extensão total dos danos ainda é incerta”, disse.
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Em relação à taxa básica de juros Selic, atualmente em 10,5%, o banco elevou suas projeções para 2024 e 2025, respectivamente, para 9,75% e 9,0%, de 9,0% e 8,0% anteriormente, citando riscos de alta, já que a continuação do ciclo de flexibilização depende da inflação as expectativas não piorem muito no futuro.
“Com um grau de incerteza muito elevado e um equilíbrio de risco assimétrico, temos um viés ascendente para esta projeção, dado que ela pode depender de medidas credíveis de ajuste fiscal por parte do governo para reancorar as expectativas e tornar-se viável”, apontou o relatório .
O cenário base considera um corte de 0,25 ponto percentual em junho, e uma pausa até novembro, quando o Santander vê o início dos cortes de juros por parte do Federal Reserve, que acredita abrirá espaço para mais dois cortes de 0,25 ponto percentual na Selic neste ano. ano.
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O Santander ainda manteve a perspetiva de inflação para 2024 em 3,4%, mas baixou a perspetiva para 2025 em 0,2 pontos percentuais, para 3,8%.
“No entanto, a recente alta das commodities em reais, as enchentes no Rio Grande do Sul, a volatilidade da taxa de câmbio devido ao cenário externo, os conflitos geopolíticos e o mercado de trabalho apertado aumentaram a incerteza para o ano (2024)”, alertou o banco no relatório.