A comissão externa temporária criada para acompanhar as medidas de combate à calamidade causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul aprovou 7 pedidos de audiências públicas que discutirão emergências climáticas, infraestrutura e gestão de riscos, além da reconstrução do estado, severamente afetado por as enchentes.
Relator da comissão, senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) apresentou 5 solicitações de audiências, mas destacou que os assuntos podem ser condensados em 2 debates, pois há convergência de temas e convidados para analisar os assuntos.
Dois requisitos prevêem debates sobre “a criação de infraestruturas, cidades e comunidades resilientes” e “ações para proteger os direitos humanos e salvaguardar grupos vulneráveis em situações de desastre”.
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“Sabemos bem que lá em Canoas [RS], em uma das áreas mais atingidas, a região de Mathias Velho, é uma área carente. Temos que ver como podemos antecipar e evitar que essas coisas aconteçam e afetem a população que tem mais dificuldade”, afirmou o relator.
Outro requisito é identificar prioridades legislativas e orçamentais para a reestruturação do Sistema Nacional de Protecção e Defesa Civil, com o objectivo de implementar a transição da gestão de desastres para uma gestão abrangente do risco de desastres, de acordo com o Quadro de Sendai para a Redução do Risco de Desastres – estabelecido em 2015 na assembleia da ONU em Sendai, Japão. Emergências climáticas, prevenção, adaptação, mitigação e gestão dos riscos climáticos e infraestruturas resilientes são tema de outra proposta de audiência pública.
O último pedido é discutir como melhorar o socorro e a assistência às vítimas e a restauração dos serviços essenciais.
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O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) também apresentou pedidos de audiências públicas para discutir estratégias de reconstrução e resiliência climática no estado e analisar tecnicamente as causas, respostas e gestão de riscos relacionados ao desastre climático no Sul.
Para o senador, essa situação de crise deve ser seguida de uma fase de estudos e análises do ocorrido, “das lições aprendidas para que haja maior resiliência no Estado e isso possa ser aplicado a todo o Brasil”.
Pontes lembrou que isso faz parte do projeto de lei que apresentou no ano passado (PL 5.002/2023), para gestão de riscos de emergências climáticas.
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“A primeira audiência trata da parte emergencial, da análise do que acontece e da parte mais climática, do que pode ser superado neste sentido hoje e no futuro, bem como da análise das muitas prováveis doenças que podem e irão aparecer porque das enchentes e uma série de outros fatores importantes agora em situação de emergência”, afirmou.
O segundo requisito trata da recuperação económica e estrutural do Estado.
As datas dos debates ainda serão definidas pela comissão.
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Sessão temática
Presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS) disse que já está marcada uma sessão temática em Plenário para o dia 27 de maio, às 10h, para debater o tema. Além de especialistas, serão convidados representantes do governo do estado do Rio Grande do Sul e do governo federal. Paim disse que irá convidar também o Ministro do Ambiente e Alterações Climáticas Marina Silva (Rede).
Ele informou ainda que a investigação sobre o Rio Grande do Sul, marcada para esta semana, foi adiada para a próxima quinta-feira (23), pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua delegação de ministros estiveram no estado, nesta quarta-feira (15), para anunciar novas medidas de socorro ao povo gaúcho. Os senadores passarão por Canoas, Porto Alegre e São Leopoldo.
O presidente da comissão externa também agradeceu ao Plenário a aprovação, nesta quarta-feira, do projeto que suspende o pagamento de 36 parcelas mensais da dívida do Rio Grande do Sul com a União. O projeto de lei complementar (PLP 85/2024), relatado por Paim, agora segue para sanção presidencial.
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(Com Agência Senado)