As ações da Marfrig (MRFG3) caíram, por volta das 12h desta quinta-feira (16), cerca de 1%, sendo negociadas a R$ 10,69, após a empresa divulgar ontem resultado considerado “neutro” pelos analistas. As ações abriram com queda de quase 4%, passaram para alta de mais de 1% e voltaram a cair, antes de avançar.
No ano, porém, a Marfrig subiu mais de 10%, principalmente acompanhando o resultado do desempenho da (BRFS3), dado o seu papel de maior acionista da empresa.
XP destaca que os números de contenção foram acompanhadas de novos métodos de divulgação, “com foco no fornecimento de números sobre operações continuadas e na limitação da visualização de ativos à venda”. A Marfrig, vale lembrar, por um lado, aumentou recentemente sua posição na BRF, mas, por outro, vendeu plantas para a Minerva (BEEF3). A mudança na forma de publicação gerou, segundo os analistas, alguma dificuldade na compreensão do balanço.
Continua após a publicidade
“Isso nos dá uma ideia melhor de como será a nova Marfrig. Porém, isso torna a leitura dos lucros mais complicada, pois os resultados da empresa em 2024 ainda dependerão de operações descontinuadas”, afirma a equipe da corretora.
Para eles, de qualquer forma, os resultados da empresa na América do Sul trouxeram um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 289 milhões, praticamente em linha com as expectativas.
A National Beef, braço da Marfrig nos EUA, com EBITDA de US$ 58 milhões, trouxe “resiliência” na interpretação da corretora, apesar do cenário ainda difícil devido ao atual ciclo da pecuária nos Estados Unidos.
Continua após a publicidade
Baixe uma lista de 11 ações Small Caps que, na opinião de especialistas, têm potencial de crescimento nos próximos meses e anos
Operação nos EUA está prejudicando
O ciclo da pecuária é algo natural que os frigoríficos enfrentam. É explicado basicamente pela oferta e demanda com momentos alternados. Quando há muitas cabeças de gado disponíveis, os preços caem e os criadores perdem rentabilidade. Neste momento, os frigoríficos lucram mais, pois conseguem comprar animais a um preço mais acessível. Logo, porém, os criadores começam a reduzir sua criação, simplesmente porque não vale a pena. O número de cabeças está diminuindo e o preço está aumentando.
A Genial segue a mesma linha. “Vimos um trimestre decepcionante em termos de margens, com a oferta restrita de gado na América do Norte pressionando significativamente os custos operacionais e, portanto, a rentabilidade e as margens dos resultados consolidados da empresa. Porém, tanto a América do Sul quanto a BRF contribuíram positivamente para a rentabilidade consolidada”, comenta a equipe.
Continua após a publicidade
Saber mais:
Molina vê “grande chance” de Marfrig receber dividendos da BRF a partir de 2024
O JP Morgan define o momento do ciclo do gado nos EUA como “o principal detrator dos resultados operacionais da Marfrig”. O Ebitda consolidado, de US$ 531 milhões, caiu 43% no ano. “Do lado positivo, o EBITDA das operações continuadas na América do Sul aumentou 8% ano a ano, com margens estáveis em 9,6%. As receitas nesta frente aumentaram 11% ano a ano, impulsionadas por uma expansão de volume de 13%, para R$ 3,01 bilhões.
Continua após a publicidade
O BTG, por sua vez, menciona que apesar do ciclo do gado pressionar os resultados do braço norte-americano, a Marfrig continua com margens melhores que seus pares de lá. O EBITDA, por exemplo, foi de 2,1%. “Fortalecendo a qualidade dos ativos em meio a um ambiente operacional cada vez mais difícil, impulsionado pelos preços mais elevados do gado. As vendas e o Ebitda totalizaram US$ 2,8 bilhões e US$ 58 milhões, variações de 10% e -42% em relação ao ano anterior”, dizem.t
Por enquanto, a maioria das casas permanece neutra com as ações da Marfrig, de olho na alavancagem da empresa após a movimentação envolvendo a BRF.