O julgamento envolvendo o senador Sergio Moro (União Brasil-PR)iniciada na manhã desta quinta-feira (16), foi suspensa logo após a leitura do parecer do ministro Floriano de Azevedo Marques, relator do caso.
A princípio, o tribunal reservou duas datas para analisar o caso envolvendo Moro: além da sessão de hoje, o dia 21 de maio (terça-feira da próxima semana) também será dedicado ao tema. Nessa data, o Ministério Público Eleitoral (MPE) dará seu parecer e haverá sustentações orais da acusação e da defesa, além dos votos dos ministros.
As datas foram definidasna semana passada, pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraesque deixa o tribunal em junho e será substituído por André Mendonçaseu colega no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a saída de Moraes, a presidência do TSE será assumida pelo ministro Carmem Lúcia.
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A decisão de suspender o julgamento no TSE foi tomada em função do horário, já que haverá sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, a partir das 14h. O caso Moro será retomado pela Justiça Eleitoral no dia 21, às 19h. “Temos a vantagem de não ter sessão do Supremo na madrugada”, brincou Moraes.
Em abril, por 5 votos a 2, o TRE-PR rejeitou os argumentos apresentados pela denúncia, em duas ações, movidas pela federação formada por PT, PCdoB e PV e pelo PL, partido do ex-presidente JairBolsonaro. Com isso, por enquanto, Moro teve seu mandato no Senado preservado.
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Acusações contra Moro
O senador foi acusado de abuso de poder econômico, caixa dois e uso indevido de mídia durante a campanha eleitoral de 2022. As ações previam a cassação do mandato parlamentar do ex-juiz, sua inelegibilidade por 8 anos e a realização de nova eleição para o Senado no Paraná.
No final de 2021, Moro ingressou no Podemos e foi cogitado como possível candidato do partido à Presidência da República. Em março de 2022, a 7 meses das eleições, o ex-juiz deixou o partido e migrou para o União Brasil, como pré-candidato ao Senado por São Paulo. Em junho, após ter a mudança de domicílio eleitoral vetada pela Justiça, anunciou sua candidatura a um cargo senatorial no Paraná.
O TSE é composto por sete membros: além de Moraes e Cármen, o tribunal inclui os ministros Nunes Marques, Raul Araújo Filho, Maria Isabel Diniz Gallotti Rodrigues, André Ramos Tavares e Floriano Peixoto de Azevedo Marques Neto (relator do caso Moro). ). Assim como no TRE-PR, é necessária maioria simples de votos para condenar ou absolver o senador.
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Eleição suplementar
Caso o mandato de Moro no TSE seja cassado, será convocada eleição suplementar para o Senado do Paraná. O possível candidato ocuparia o cargo deixado por Moro até 2030.
Entre os potenciais candidatos à vaga estão a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o deputado federal Zeca Dirceu (também do PT), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o ex-senador Álvaro Dias (Podemos) e o deputada federal Rosângela Moro (União Brasil), esposa de Moro, que transferiu o título eleitoral para o Paraná no início de março.
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Como foi o julgamento no TRE-PR
O TRE-PE absolveu Moro, por 5 votos a 2, das acusações de abuso de poder econômico, caixa dois e uso indevido de mídia na campanha eleitoral de 2022. A sessão final do julgamento, no dia 9 de abril, teve quase 7 horas de duração. A análise do caso começou no dia 1º de abril e foi interrompida três vezes por pedidos de revisão (mais tempo para análise do processo).
O relator do caso, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, se posicionou contra a perda do mandato do parlamentar. Ele estava acompanhado dos desembargadores Claudia Cristina Cristofani, Guilherme Frederico Hernandes Denz e Anderson Ricardo Fogaça e do presidente do tribunal, Sigurd Roberto Bengtsson.
Os votos favoráveis à revogação foram de José Rodrigo Sade e Julio Jacob Júnior – ambos indicados ao tribunal pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Ministério Público Eleitoral é contra o impeachment de Moro
Em parecer assinado pelo vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa, o Ministério Público Eleitoral (EMA) se manifestou pela rejeição dos recursos apresentados contra a absolvição de Sergio Moro.
Segundo o órgão, não houve “provas claras e convincentes” que demonstrassem que Moro violou regras eleitorais. Na opinião de Espinosa, a desistência do ex-juiz da Lava Jato de concorrer à Presidência da República em 2022 foi mais “um claro fracasso em seus objetivos políticos do que uma estratégia pensada para lançar-se apenas como candidato a senador do estado do Paraná” .