Os pesquisadores desenvolveram um gel isso ajuda o decomposição de álcool antes de chegar à corrente sanguínea, o que pode reduzir dano e os sintomas nocivos que a substância causa no organismo.
O gel é feito de whey protein — o famoso whey —, ouro e ferro. A tecnologia já foi testada em ratos e os resultados mostraram que seu uso pode ajudar a curto e longo prazo, promovendo menor perda de peso, menos danos e melhora do metabolismo da gordura no fígado, entre outros efeitos.
Num estudo publicado em Nanotecnologia da Natureza, cientistas do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique demonstraram que o gel decompõe o álcool no trato gastrointestinal, convertendo-o em ácido acético, substância que causa menos danos. “Ao contrário de quando é metabolizado no fígado, [com o uso do gel] nenhum acetaldeído prejudicial é produzido como produto intermediário”, disse o professor Raffaele Mezzenga, que participou da pesquisa.
A substância deve ser tomada antes ou durante o consumo de álcool, pois só funciona quando a bebida ainda está no sistema digestivo — onde é absorvida pelas mucosas. Ao entrar na corrente sanguínea, quando ocorre a intoxicação alcoólica, seus malefícios não são mais combatidos pelo gel.
Para produzi-lo, o whey protein — muito utilizado em suplementos proteicos — é fervido por várias horas e, com a adição de sal e água, forma um gel. Este formato de apresentação foi escolhido porque tem a vantagem de ser digerido muito lentamente no organismo. Além disso, átomos de ferro, glicose e ouro são adicionados como catalisadores. O metal precioso foi escolhido porque não é absorvido pelo organismo e, portanto, permanece eficaz por mais tempo no trato digestivo.
Diminuição dos danos em ratos
No estudo, o gel foi testado em ratos separados em dois grupos: um que recebeu álcool apenas uma vez e outro que bebeu durante dez dias. Nos primeiros testes, meia hora após a ingestão da substância, o gel reduziu em 40% o nível de álcool no sangue. Após cinco horas, até 56% em comparação com o grupo controle.
Naqueles que receberam por mais tempo, foram relatados menos perda de peso, menos danos ao fígado e, portanto, melhor metabolismo da gordura no órgão, além de melhores indicadores sanguíneos. Outros órgãos, como o baço ou o intestino, assim como os tecidos dos camundongos, também apresentaram menos danos causados pelo álcool.
O grupo de pesquisadores já solicitou a patente do gel e agora iniciará os testes clínicos para que seu uso em humanos seja autorizado.
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