sobre interferências políticas na estatal. Porém, do lado oposto, o frigorífico JBS (JBSS3) aparece como o maior ganhador do Ibovespa na sessão desta quarta-feira (15), com ganhos de 7,87%, a R$ 27,13, às 11h50 (horário de Brasília) , com repercussão nos resultados da companhia do primeiro trimestre de 2024 (1T24).
A equipe de pesquisa do Itaú BBA comenta que a JBS apresentou um trimestre forte no 1T24, com EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ligeiramente superior às estimativas.
Segundo o BBA, os ganhos em IFRS impulsionaram ainda mais os resultados da JBS, levando a um EBITDA ajustado consolidado quase 25% acima da projeção do banco. “Mesmo após ajuste por esse efeito contábil, os resultados da JBS ainda ficariam um pouco acima da faixa superior de consenso”, destacam os analistas.
No geral, as perspectivas de longo prazo da JBS permanecem atraentes e sua estrutura de capital é robusta. No entanto, de acordo com a BBA, encontrar o equilíbrio certo entre as perspectivas mais fracas na divisão de carne bovina dos EUA em comparação com outras empresas que estão ganhando força provavelmente impulsionará o desempenho das ações nos próximos meses. O BBA mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente a compra) e preço alvo de R$ 31.
A Genial Investimentos avalia ainda que a JBS reportou um trimestre forte, com resultado um pouco acima de suas projeções em termos de receita líquida (1,2% acima das estimativas da Genial), e margem Ebitda consideravelmente acima das expectativas (+1,5p.p.), que já eram 0,4pp acima do projetado pelo mercado. Os analistas atribuem a melhoria da margem nos segmentos Seara e US Pork como os dois maiores precursores de um resultado acima do consenso.
Além disso, a Genial vê uma dinâmica mais favorável do que nos trimestres anteriores na maioria dos segmentos da empresa, que reportaram boas margens e contribuíram para uma recuperação sequencial da rentabilidade nos resultados consolidados, com destaque para a Seara.
Porém, como esperado, pelo lado negativo, a JBS Beef North America continua com margens bastante pressionadas, devido ao cenário desafiador de fortes restrições na oferta de gado, que tem potencial para durar até o final de 2025.
Em termos de avaliação, a Genial vê a empresa negociando a um múltiplo de 5,2 vezes Firm Value (EV)/Ebitda em 2024, abaixo de sua média histórica de 5,5 vezes, e significativamente abaixo de players comparáveis dos EUA, como a Tyson Foods, que negocia a um EV /EBITDA de 9,0 vezes. Portanto, reitera a recomendação de Compra com preço alvo de R$ 30,00.
Na mesma linha do BBA e da Genial, a XP Investimentos disse que a JBS reportou um trimestre sólido, com a maioria das unidades de negócios (UNs) melhorando, com a US Beef sendo a única exceção.
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A corretora destaca que a margem EBITDA de 7,2% foi melhor que o esperado, com a surpresa positiva vindo da US Pork na tradução para o modelo IFRS – utilizando o lucro IFRS para todas as UN e ajustando a US Pork pela taxa de câmbio da empresa, estimamos um EBITDA ajustado de R$ 5,6 bilhões (contra a projeção da XP de R$ 5,5 bilhões).
Na visão da XP, as finanças da US Pork serão o principal tema da conferência de resultados desta quarta-feira e, potencialmente, a principal variável para revisões de lucros. Seara e PPC também ficaram pelo lado positivo, enquanto a Austrália veio forte e em linha, e a US Beef foi negativa, mas melhor que o esperado, e a JBS Brasil foi uma surpresa negativa.
Com suas diversas partes móveis em perspectiva positiva e sem maiores problemas operacionais, a velocidade de recuperação ainda não é animadora, mas segura, sendo esse o principal motivo da recomendação de compra da XP.
A Goldman Sachs avalia os números divulgados como positivos, com todas as unidades de negócios apresentando melhor lucratividade em comparação com o ano passado (incluindo carne bovina nos EUA). PPC, Seara e Austrália foram os destaques num ciclo positivo, mas a carne bovina no Brasil (e nos EUA) também surpreendeu positivamente.
O resultado da carne suína dos EUA teve uma contribuição materialmente positiva no trimestre (parcialmente compensado pela negativa da carne bovina dos EUA), mas, mesmo ajustando esses fatores, o Goldman vê espaço para uma possível revisão para cima de até dois dígitos nas expectativas do mercado dos EUA. consenso. O banco reitera classificação de compra para as ações da JBS, com preço alvo de R$ 34,20.
A Ativa Investimentos, por sua vez, comenta que o resultado da JBS ficou bem acima do esperado, apesar das receitas estarem em linha. Olhando para seus principais braços, as operações da JBS USA foram as que mais prejudicaram os resultados. Nos EUA, o ciclo do gado continua pressionado, resultando em custos elevados. Na Seara, a estabilidade dos volumes foi compensada pelas reduções de custos, que evidenciaram aumento na margem EBITDA do segmento. “O ponto positivo quando se olha a receita vem das operações da JBS Brasil, que aproveitam um ciclo favorável do gado”, comenta o corretor.
O JPMorgan também considera bons os resultados do primeiro trimestre de 2024, com Ebitda de R$ 6,429 bilhões, superando suas estimativas em 20,9% e o consenso em 10,0%. No entanto, o banco explica que este excedente foi explicado principalmente por uma conversão contabilística dos US GAAP para IFRS.
Por outro lado, mesmo desconsiderando isso, os resultados foram melhores que o esperado, explicados pelos desempenhos positivos do setor de carne bovina nos EUA (margem positiva de 0,2%) e na Seara (margem de 11,6%).
O fluxo de caixa livre foi negativo em R$ 3,1 bilhões no trimestre, “principalmente devido a investimentos sazonais em estoques antes do verão na América do Norte”, explica o JPMorgan. Apesar dos bons resultados, o JPMorgan acredita que os números do 1T24 não devem gerar mudanças significativas em sua previsão, pois não trazem grandes surpresas ao analisar cada negócio individualmente. Contudo, o banco projetou, em relatório publicado antes da abertura do mercado, uma reação positiva no mercado acionário devido ao bom desempenho da divisão de carne bovina nos EUA, por ser esta a divisão com menor visibilidade futura e a que causa a maior preocupação. investidores no ano. Por fim, os analistas mantêm recomendação neutra e preço alvo de R$ 27.
The post JBS (JBSS3) dispara após lucro e lidera Ibovespa: o que animou tanto o mercado? apareceu primeiro no InfoMoney.