O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), presidente da comissão externa da Câmara sobre enchentes no Rio Grande do Sul, listou 116 propostas legislativas apresentadas nos últimos dias relacionadas à tragédia no estado.
Alguns deputados afirmaram que apresentarão as ideias de alguns desses projetos como alterações à recém-publicada Medida Provisória 1.216/24, que reúne diversas ações para ajudar o estado.
Vários deputados, como Fernanda Melchionna (Psol-RS), exigiram o perdão da dívida do estado com a União, no valor de cerca de R$ 95 bilhões. O governo anunciou a suspensão do pagamento da dívida por três anos.
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Outros deputados, como Pompeo de Mattos (PDT-RS), sugeriram que pelo menos esses três anos sejam considerados compensados se o dinheiro for usado para reconstruir cidades gaúchas.
Ajuda aos trabalhadores
Alguns parlamentares, como a deputada Franciane Bayer (Republicanos-RS), pediram ao governo que adotasse um programa semelhante ao da pandemia da Covid-19 que mantivesse empregos por meio de auxílio no pagamento de salários e suspensão de encargos trabalhistas.
Ela também citou a necessidade de apoiar as cidades não afetadas pelas enchentes. “Estou no litoral norte do Rio Grande do Sul. É um município que não foi afetado, mas está recebendo muita gente. E isso vai afetar a saúde do município, a assistência social e até a coleta de lixo”, destacou.
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Emendas parlamentares
O coordenador da bancada gaúcha na Câmara, deputado Marcon (PT-RS), disse que o governo está liberando rapidamente as emendas parlamentares ao Orçamento de 2024 destinadas ao estado.
A perspectiva é que, com o repasse dos repasses diretos às prefeituras, o valor chegue a R$ 1,1 bilhão.
Estado de calamidade
Alguns deputados, entre eles o próprio Marcon, manifestaram preocupação com a reavaliação, por parte do governo estadual, de municípios que estão em situação de emergência e calamidade. Segundo ele, Nova Santa Rita foi bastante afetada, mas a calamidade não foi reconhecida.
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O deputado Daniel Trzeciak (PSDB-RS) explicou que a reavaliação foi necessária para otimizar esforços.
“O estado continua em calamidade e a visão entre calamidade e emergência foi ajustada. Mesmo os municípios que se posicionam contra esta situação deverão apresentar as razões abordadas na legislação. Só para esclarecer por que, caso contrário, em breve será criado algo que o estado removeu – vi alguns vídeos nesse sentido. E não está aí”, defendeu.
Uso de recursos
Alguns deputados, como Bohn Gass (PT-RS), manifestaram preocupação com o uso dos recursos que chegarão ao estado.
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“Em Porto Alegre, as bombas d’água não eram verificadas há anos, ninguém fazia nada em relação às bombas que estavam abandonadas lá. Houve vários problemas e eles não funcionaram. Bem, é dinheiro para reconstrução.”
Ações coordenadas
O deputado Alceu Moreira (MDB-RS) também destacou a necessidade de coordenação de ações para evitar desperdício de recursos.
“Vamos todos sair por aí batendo em tudo que é ministério e pedindo alguma coisa? Não. É preciso ir até um lugar, onde uma pessoa liga para os ministros com a orientação do governo e estabelece como vai o dinheiro, para qual setor”, defendeu. “Alguém tem que ter essa agenda em mãos. Todo mundo não pode ter um pedaço. Caso contrário, não seremos capazes de regular este processo.”
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Alguns deputados, como Osmar Terra (MDB-RS), defenderam que essa gestão fosse feita pelo governo estadual com ajuda do governo federal.
Outras sugestões também foram apresentadas no encontro: suspensão do pagamento de impostos e contas de serviços públicos, isenção do Imposto de Renda para gaúchos com valor de até R$ 5 mil mensais e repasse ao RS de bens usados da Câmara dos Deputados que iria a leilão.
De forma geral, os deputados também defenderam a criação de um auxílio emergencial para os gaúchos mais atingidos pelas enchentes.