Cerca de sete anos atrás, Larry Fink, CEO da BlackRock, disse em uma reunião organizada pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF) que o Bitcoin (BTC) serviu apenas para mostrar “quanta demanda por lavagem de dinheiro existe no mundo”. mundo”.
Avançando para 2024, o gestor do empresário bilionário está no caminho certo para se tornar não apenas o proprietário do maior ETF (fundo de índice) de criptomoeda do planeta, mas também o segundo maior detentor de BTC entre todas as entidades, perdendo apenas para o criador do o ativo digital, o misterioso Satoshi Nakamoto.
Desde que foi lançado, na segunda semana de janeiro, junto com outros 10 ETFs, o produto da gestora – o iShares Bitcoin Trust (IBIT) – acumulou US$ 17,3 bilhões em ativos, segundo dados atualizados nesta terça-feira (14). Está atrás apenas do Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), fundo de US$ 18,2 bilhões da gestora Grayscale, que até o início do ano estava fechado.
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As ultrapassagens, porém, podem estar próximas por causa dos saques no GBTC. Até o dia 2 de maio, a atual líder registrou 78 dias consecutivos de saques de seu produto, que tem as taxas mais caras do mercado, totalizando US$ 17,5 bilhões. O sangramento foi estancado este mês, mas os saques recomeçaram esta semana. Enquanto isso, o ETF da BlackRock e outros têm visto entradas.
Vale lembrar que os Bitcoins da BlackRock pertencem contratualmente aos seus clientes, mas, segundo alguns especialistas, a instituição, por deter as chaves privadas das carteiras, tem grande poder sobre a criptomoeda, que opera de forma descentralizada.
Decisão deliberada
O diretor de operações da BlackRock, Rob Goldstein, disse esta semana Tempos Financeiros que a decisão do gestor de entrar lentamente no mercado de ativos digitais foi deliberada. “Foi uma jornada de vários anos e muito planejamento para trazer a mesma qualidade institucional que diferencia a BlackRock para esse ecossistema, e para nós isso é mais importante do que pressa”, disse.
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Além de ETFs BTC à vista nos EUA, a BlackRock também lançou um fundo tokenizado que atraiu US$ 240 milhões em apenas uma semana e já acumulou US$ 67,5 bilhões. Ao contrário de um fundo comum, as ações de um fundo tokenizado são representadas digitalmente numa blockchain e permitem trocas diretas entre investidores.
Há dois anos, a empresa também investiu na Circle, administradora da segunda maior stablecoin do mundo, a USD Coin (USDC). No Brasil, a BlackRock disponibilizou seu IBIT por meio de BDR na B3.
Maiores detentores de Bitcoin do mundo
Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin, possui cerca de 1,1 milhão de unidades de BTC, seguido pelo GBTC, com 289,3 mil, e BlackRock, com 274,7 mil, segundo dados atualizados do site Tesouros Bitcoin. Seguem a exchange Binance, a empresa MicroStrategy e o governo dos Estados Unidos.