Já aconteceu de você tocar em uma pessoa ou objeto e, de repente, sinta um leve choque? A situação, embora incômoda, é normal e pode acontecer devido a alguns fatores físicos e ambientais.
Segundo Edval Delbone, professor do curso de Engenharia Elétrica do IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), isso acontece devido ao acumulação de energia estáticaou eletricidade estática.
“Se você acumula elétrons no seu corpo e tem um acúmulo maior de carga negativa, ao tocar um metal, por exemplo, ou outra pessoa, há uma descarga dessa energia estática”, explica Delbone ao CNN.
O professor explica que a tendência de todos os corpos, sejam vivos (como os humanos) ou não (como os objetos), é ter uma corpo neutroisto é, com a mesma quantidade de cargas positivas (prótons) e negativas (elétrons).
“Se houver diferença, ou seja, se eu tiver mais cargas negativas e tocar em uma pessoa que tem menos, esses elétrons saem do meu corpo com maior acúmulo e vão para o corpo com menor acúmulo. Eles fazem isso para buscar o equilíbrio, porque tende a haver equilíbrio entre os corpos”, explica.
Por que esse desequilíbrio acontece?
Se é normal ter um corpo neutro, o que pode levar a um desequilíbrio entre as cargas positivas e negativas do nosso corpo? Segundo Delbone, são vários os fatores que podem levar ao aumento de elétrons em um corpo e, consequentemente, à descarga de energia estática.
Um deles é o clima. “Quando o clima é úmido é mais fácil a pessoa liberar elétrons, porque o ar úmido é condutor e isso facilita a descarga de cargas elétricas”, afirma.
Em clima muito seco acontece o contrário: o ar seco dificulta a liberação de carga negativa, o que faz com que a pessoa acumule mais elétrons no corpo, facilitando a descarga ao tocar outra pessoa.
As roupas que vestimos também são um fator. Roupas sintéticas, por exemplo, facilitam o acúmulo de cargas negativas no corpo, segundo o professor.
Esses choques são prejudiciais?
Apesar de desconfortável, Esses choques não são prejudiciais à saúde, segundo Delbone. “É uma descarga bastante rápida, de curta duração, por isso não apresenta nenhum perigo”, afirma.
Contudo, o professor alerta para pessoas que trabalham com materiais inflamáveis, como combustíveis. “Em alguns casos, esses choques podem liberar faíscas, que, ao entrarem em contato com materiais inflamáveis, podem provocar incêndios. Então, esses profissionais devem ter mais cuidado”, destaca.
Existe uma maneira de evitar esses choques?
Embora não seja prejudicial, na maioria das vezes é possível evitar chocar outras pessoas com algumas medidas simples. Segundo o professor, para isso a recomendação é aumentar a umidade corporal. “Beber água regularmente, usar umidificador em ambientes secos, manter as plantas dentro de casa, tudo isso facilita a redução desses excessos de elétrons no corpo”, explica Delbone.
Além disso, é interessante evitar usar roupas com tecido sintético, optando por peças confeccionadas em algodão ou seda. O calçado também influencia. “Os sapatos com solado de couro conduzem melhor a energia e ajudam a expulsar esse acúmulo de elétrons do corpo”, afirma.
Andar descalço, seja no chão ou no chão de casa, também ajuda a evitar o acúmulo de cargas negativas no corpo. “Ao ter mais contato com o chão ou com a terra, você está facilitando a descarga de elétrons para fora do corpo, evitando o acúmulo dessas cargas”, acrescenta Delbone.
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