A Marinha do Brasil investiga se o barco “La Linda”, que naufragou no último domingo (30), em São Vicente, com sete pessoas a bordo, estava em boas condições de navegação. Segundo a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), devido à perda de documentação durante o naufrágio, não foi possível confirmar a identificação e características do barco. Foi instaurado inquérito administrativo para identificar possíveis causas e apurar responsabilidades, segundo o CPSP.
O naufrágio jogou os sete ocupantes do barco ao mar, na região da Garganta do Diabo, próximo à Ilha Porchat, no litoral de São Vicente. As vítimas voltavam de uma festa a bordo de um barco maior.
Cinco pessoas, incluindo o piloto da embarcação, foram resgatadas pelas equipes de resgate do Corpo de Bombeiros e da Marinha. Eles receberam atendimento médico e estão bem. Duas mulheres – Beatriz Tavares da Silva Faria, 27, e Aline Tamara Moreira de Amorim, 37 – desapareceram no mar e continuam sendo procuradas.
Uma das sobreviventes, a estudante Camila Alves, de 20 anos, disse em vídeo divulgado em sua rede social que os ocupantes do barco não usavam colete. “Quando o barco virou, ninguém usava colete. E nenhuma das meninas sabia nadar”, relatou. “Eu não sei nadar. Bia (Beatriz, a mulher desaparecida) e Vanessa (Audrey, sobrevivente) não sabiam nadar. Quando o barco virou, o barco tinha três coletes salva-vidas e dois galões de gasolina. Todos se agarraram e todos tentaram salvar suas vidas”, disse ele.
Camila contou que, para sobreviver, tentou se jogar nas pedras e se agarrar a uma pedra. Ela sofreu vários ferimentos, incluindo um corte mais profundo na cabeça. Ele também disse que engoliu muita água e que os coletes e suspensórios o ajudaram a flutuar.
Investigações
A informação fornecida pelo condutor da embarcação é que a embarcação estaria registrada com o nome “La Linda”, medindo seis metros de comprimento. O casco foi construído em alumínio, mas, segundo a Marinha, ainda não foi possível determinar sua capacidade. A CPSP poderá ordenar ao proprietário ou à empresa responsável o resgate da embarcação para perícia.
O naufrágio também será investigado pela Polícia Civil, mas até esta terça-feira, 1º, os envolvidos não haviam sido entrevistados. Um dos pontos a serem investigados é se a embarcação oferecia condições de segurança aos seus ocupantes. O local onde ocorreu o naufrágio é considerado crítico para a navegação.
No final da tarde de ontem, o Corpo de Bombeiros do Mar (GBMar) informou que as buscas pelas duas mulheres desaparecidas continuavam com duas embarcações do Corpo de Bombeiros, dois veículos terrestres e um helicóptero da Polícia Militar, além de uma embarcação da Marinha.
“As operações estão concentradas nas zonas costeiras próximas do local onde ocorreu o acidente, com o objetivo de cobrir a maior área possível e aumentar as hipóteses de localização das vítimas”, afirmou a corporação. As ações acontecem das 7h às 19h.
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