Numa véspera atípica do Ano Novo Judaico, conhecido como Rosh Hashanah, Israel enfrenta uma escalada de tensões após um ataque do Irão. O jornalista Henrique Cymerman, correspondente do Instituto Brasil-Israel, compartilhou com CNN Brasil o cenário atual do país, revelando um contraste marcante entre as celebrações tradicionais e a realidade de um país em alerta.
Cymerman, que recentemente se encontrou com o Papa Francisco para discutir a situação no Médio Oriente, descreveu uma cena surreal ao regressar a Israel. “Quando pegava meu táxi em direção ao sul de Tel Aviv, onde moro, vi os cafés lotados, vi os restaurantes lotados, um clima típico de réveillon judaico”, relatou. Contudo, a aparente normalidade foi rapidamente interrompida pelos sons de mísseis caindo no mar, vindos do Líbano.
Ataque iraniano e resposta israelense
O ataque do Irão, que durou mais de uma hora, obrigou os cidadãos a procurar abrigo. Este incidente ocorre num contexto de crescente tensão regional, com Israel a lutar em sete frentes diferentes. “Israel sente-se este ano, este novo ano, sente-se encurralado pelo Irão, sente que o Irão está a tentar provocar a destruição do país”, explicou o correspondente.
Apesar da tensão, a vida em Israel tenta manter uma aparência de normalidade. “Esta manhã voltamos à vida normal. É incrível como as ruas estão cheias, as lojas estão lotadas, as pessoas se preparam para o jantar Rocha Chaná, o ano novo”, observou Cymerman. No entanto, notou uma mudança subtil nas saudações tradicionais, com muitos a desejarem “um ano normal” em vez do habitual “bom ano”.
Perspectivas para o futuro
O primeiro-ministro israelense deveria falar com o presidente Biden, indicando uma estreita coordenação entre Israel e os Estados Unidos neste momento crítico. Cymerman alertou que é provável uma resposta israelita àquilo que chamou de “declaração de guerra do Irão”, embora as consequências sejam incertas.
Com muitos israelitas a lutar através das fronteiras, especialmente no sul do Líbano, a atmosfera festiva do Ano Novo Judaico é inevitavelmente afectada. “Isto obviamente tem influência, faz deste Ano Novo um Ano Novo menos festivo”, concluiu o jornalista, refletindo a complexidade da situação que Israel enfrenta no início deste novo ano judaico.
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