As taxas dos DIs com vencimentos a partir de janeiro de 2026 fecharam esta segunda-feira (30) em alta, pela terceira sessão consecutiva, acompanhando o avanço constante dos rendimentos dos Treasuries no exterior, em sessão em que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell projetou mais dois cortes de 25 pontos base nas taxas de juro dos EUA este ano, e não de 50 pontos base.
No segmento curto da curva brasileira, as taxas permaneceram próximas da estabilidade, mantendo a fixação majoritária de um aumento de 50 pontos base na taxa básica Selic em novembro.
No final da tarde, a taxa DI de janeiro de 2025 estava em 11,01%, ante 10,997% no reajuste anterior.
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A taxa referente a janeiro de 2026 foi de 12,32%, um aumento de 5 pontos-base frente ao reajuste de 12,269%. O vencimento para janeiro de 2027 foi de 12,38%, um aumento de 8 pontos base frente ao reajuste de 12,305%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 foi de 12,44%, ante 12,359%, e o contrato de janeiro de 2033 teve taxa de 12,37%, ante 12,296%.
No início do dia, as taxas futuras oscilavam para baixo no Brasil, num ambiente favorável, naquele momento, para ativos de maior risco em todo o mundo — incluindo o real brasileiro —, após o anúncio de novas medidas de estímulo à economia chinesa.
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Mas as taxas do DI migraram para território positivo nos primeiros minutos da sessão, impulsionadas pela alta dos rendimentos enquanto os investidores aguardavam ansiosamente o discurso de Powell, marcado para a tarde.
A partir das 14h55 (horário de Brasília), quando Powell começou a falar, os rendimentos do Tesouro aceleraram seus ganhos, o que também fez com que as taxas futuras no Brasil atingissem os picos do dia.
No seu discurso, Powell disse que prevê mais dois cortes nas taxas de juro este ano, totalizando 50 pontos base, “se a economia tiver um desempenho conforme o esperado”, embora a Fed possa fazer cortes mais rápidos, se necessário, ou mais lentos.
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Os comentários de Powell geraram a percepção de que, depois de cortar as taxas de juro em 50 pontos base em Setembro, a Fed deverá abrandar em Novembro, na próxima reunião de política monetária.
No Brasil, às 15h08 — logo após o início do discurso de Powell — a taxa DI para janeiro de 2026 atingiu máxima de 12,35%, um aumento de 8 pontos base em relação ao ajuste de sexta-feira. Na mesma época, a taxa DI para janeiro de 2031 atingiu a máxima de 12,47%, um aumento de 11 pontos base.
Além da influência vinda do exterior, as preocupações com a inflação e o equilíbrio fiscal do Brasil continuaram a permear os negócios nesta segunda-feira.
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Depois de dados robustos do mercado de trabalho apoiarem a curva no final da semana passada, em meio à avaliação de que haverá impactos negativos na inflação, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na noite desta sexta que a bandeira tarifária outubro ficará no nível vermelho 2. Este é um encargo adicional mais elevado na conta de luz e não é ativado desde agosto de 2021.
“Mais uma notícia ruim para a inflação: a Aneel elevou a bandeira tarifária para vermelho 2… aumentando a chance do IPCA fechar acima do teto da meta neste ano caso não haja reversão da bandeira para dezembro”, disse o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em comentário enviado aos clientes. “O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) considera bandeira amarela para dezembro deste ano conforme sua última ata”, lembrou.
Na área fiscal, o relatório Focus indicou que a mediana das projeções do mercado para o resultado primário é de déficit de 0,60% do Produto Interno Bruto em 2024 e 0,73% em 2025. A inflação projetada é de 4,37% para 2024 e 3,97% em 2025 — em ambos os casos acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 3%. A projeção para a Selic é de duas altas de 50 pontos-base, em novembro e dezembro, com a taxa básica encerrando 2024 em 11,75% ao ano.
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Com isso, os economistas que fornecem o Focus se alinharam à precificação da curva de juros brasileira, que também indica duas altas de 50 pontos-base ainda este ano.
Perto do fechamento, a curva brasileira precificou 74% de probabilidade de o BC elevar a Selic em 50 pontos-base em novembro, contra 26% de chance de uma nova alta de 25 pontos-base. Na sexta-feira os percentuais eram de 73% e 27%, respectivamente.
No final da tarde, os rendimentos do Tesouro continuaram a subir de forma constante. Às 16h31, o rendimento do Tesouro de dois anos — que reflete as apostas na direção das taxas de juros de curto prazo — subia 10 pontos base, para 3,66%. O retorno do Tesouro a dez anos — referência global para decisões de investimento — subiu 6 pontos base, para 3,806%.
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