Até a próxima semana será criado um grupo interministerial para avaliar os impactos das apostas eletrónicas na saúde mental dos apostadores, revelou o secretário de Prémios e Apostas do Ministério das Finanças, Regis Dudena. Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o secretário disse que o grupo reunirá os ministérios da Saúde e da Fazenda, com possibilidade de participação do Ministério dos Esportes.
“Nossa relação com o Ministério da Saúde é uma relação muito intensa e deve culminar, na próxima semana, com a assinatura de um decreto interministerial, criando um grupo em conjunto com o Ministério da Saúde. É possível que outros ministérios participem, como por exemplo o Ministério dos Esportes, e quem sabe até haja convite para outras secretarias”, declarou Dudena.
Segundo Dudena, a ideia é que a Secretaria de Atenção Secundária do Ministério da Saúde, órgão responsável pelas políticas de saúde mental, faça um diagnóstico e sugira medidas para mitigar os efeitos do vício em jogos eletrônicos nos jogadores. Outros departamentos do ministério, informou o secretário, poderão atuar na força-tarefa.
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“A ideia original era criar um grupo de trabalho envolvendo a Secretaria de Atenção Secundária, que é quem cuida da saúde mental, mas possivelmente haverá o envolvimento de outras secretarias do Ministério da Saúde também. Sabemos que ainda há passos a serem dados e é importante que essas relações e interações com o Ministério da Saúde sejam intensificadas”, comentou o secretário de Prêmios e Apostas.
Dudena informou que o grupo ainda não foi criado por causa da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Nova York com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde participou de eventos paralelos à Assembleia Geral das Nações Unidas. A ministra da Saúde, Nisia Trindade, viajará a Washington na próxima semana para reuniões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Avaliações
A Secretaria de Prêmios e Apostas rebateu as críticas de que os profissionais de saúde não tiveram sugestões acatadas na regulamentação das apostas eletrônicas. “Desde que decidimos regulamentar [as apostas eletrônicas]centenas de reuniões foram realizadas desde o ano passado. Se olharmos para as agendas das reuniões, vemos que o tema da saúde mental e do jogo responsável está presente em todas as agendas, independentemente de com quem estejam essas agendas. Se há algo que aprendi, tanto na vida privada como na pública, é que a regulação se faz ouvindo o setor regulado”, afirmou.
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Segundo Dudena, medidas constantemente sugeridas por profissionais de diversas áreas estão incluídas nas portarias do Ministério da Fazenda. “A proibição do cartão de crédito, muitas vezes vendido como solução, já está prevista na portaria de meios de pagamento, que saiu em abril. Certa vez, um especialista em saúde mental me mencionou diversas sugestões que já foram incorporadas, como proibição de apostas para menores, cadastro de CPF e reconhecimento facial [do apostador] com prova de vida”, acrescentou.
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grupo de trabalho
Os Ministérios da Fazenda e da Saúde participam de mais um grupo de trabalho, criado nesta sexta-feira (27) pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). O grupo vai analisar a utilização de recursos do cartão Bolsa Família para apostas online, após levantamento do Banco Central (BC) revelar que cerca de R$ 3 bilhões do Bolsa Família, cerca de 20% dos pagamentos, foram parar em apostas.
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O grupo trabalhará em parceria com a Rede Federal de Acompanhamento do Bolsa Família e o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) com o objetivo de apresentar, até 2 de outubro, uma proposta para restringir a distorção da finalidade do programa . Além de Finanças e Saúde, a Casa Civil trabalhará na ação de forma integrada.
Em comunicado, o MDS reiterou que os programas de transferência social de renda foram criados para garantir a segurança alimentar e atender às necessidades básicas das famílias e pessoas em situação de vulnerabilidade.
“A prioridade será sempre combater a fome e promover a dignidade de quem mais precisa”, destacou o ministério. “O foco do MDS continua firme em garantir que o Bolsa Família continue a ser um instrumento eficaz no combate à pobreza e à insegurança alimentar.”
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