Uma decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ/DF) condenou o governo do Distrito Federal a pagar R$ 50 mil de indenização, no dia 4, por erro médico. Um paciente recebeu transfusão de sangue incorretamente em um hospital público.
Uma transfusão de sangue não prescrita e incompatível com o tipo sanguíneo do paciente foram os motivos da condenação. O paciente estava internado no Hospital Regional de Taguatinga para tratamento de tuberculose.
O paciente apresentou reações adversas, que tiveram início após o procedimento transfusional. A mulher desmaiou e foi transferida para a UTI do hospital.
Especialista analisa caso
O CNN conversou com a médica especialista em medicina legal e perícia médica, Caroline Daitx, que analisou o caso e explicou os erros nos protocolos básicos de segurança.
Na opinião do especialista, o erro poderia ter sido evitado se alguns cuidados tivessem sido tomados, principalmente quanto à correta identificação do paciente.
“A confirmação e verificação do prontuário do paciente devem ser feitas com rigor. A verificação da identidade por meio do nome e do registro são fundamentais, além da dupla conferência como forma de evitar erros e alterações nos prontuários, justamente por ser uma área em que a atenção e o cuidado precisam ser redobrados por envolver a vida de uma pessoa”, afirma. disse.
O especialista traça um paralelo entre a “Teoria do Queijo Suíço”, modelo utilizado para explicar falhas em sistemas complexos, principalmente de segurança, que podem levar a acidentes. A teoria é usada em áreas como aviação, saúde e engenharia.
“A Teoria do Queijo Suíço explica que os erros ocorrem quando múltiplas pequenas falhas (buracos no queijo) se alinham, permitindo que um erro grave aconteça. Cada etapa de segurança é uma barreira que reduz a chance de erro”, explica.
O TJ/DF reconheceu o impacto emocional e físico, sendo a insuficiência renal aguda uma das consequências mais graves. O médico ressalta que a perícia médica é fundamental para avaliar a extensão dos danos.
“Na perícia examinamos danos temporários e permanentes, tanto físicos quanto psicológicos, o prontuário é utilizado para comparar os resultados atuais com a evolução do tratamento”, completa.
A decisão judicial também destacou a importância da perícia médica para estabelecer as razões entre o erro hospitalar e os danos sofridos. A análise detalhada de acontecimentos e documentos permite identificar responsabilidades e garantir a reparação.
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