A indústria automotiva brasileira divulgou nesta sexta-feira (28) uma pesquisa sobre “descarbonização” na qual afirma que a venda de veículos híbridos leves e totalmente elétricos no país poderá superar os registros de modelos a combustão em 2030.
A pesquisa foi realizada pelo Boston Consulting Group, a pedido da associação de montadoras Anfavea, ao longo do primeiro semestre deste ano, ouvindo agentes do setor, representantes do governo e consumidores, afirmou a entidade.
O estudo afirma que os veículos eletrificados (híbridos e elétricos) poderão responder por mais de 90% das novas vendas no Brasil em 2040.
Atualmente, os veículos leves eletrificados respondem por pouco mais de 7% das vendas novas no Brasil.
A pesquisa foi realizada num momento em que grupos chineses como BYD e GWM importam grande volume de veículos eletrificados para o país, em meio a uma estratégia de abertura de fábricas locais, enquanto outros, como a também chinesa Zeekr, se preparam para entrar o país.
Enquanto os fabricantes de automóveis locais continuam lentos na adoção da eletrificação, apesar dos rápidos avanços nas suas sedes no estrangeiro.
Nos veículos pesados, que incluem caminhões e ônibus, as vendas do que a Anfavea chama de “novas tecnologias de propulsão” poderão representar 60% do mercado em 2040.
“Em aplicações como ônibus urbanos, as versões elétricas poderão ultrapassar 50% já em 2035”, afirmou a entidade.
Segundo a pesquisa, o setor automotivo emite atualmente 242 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa cerca de 13% do total de emissões do poluente no Brasil.
Se a actual taxa de crescimento se mantiver, as emissões de CO2 poderão atingir 256 milhões de toneladas em 2040.
Mas o estudo afirma que as emissões acumuladas entre 2023 e 2040 poderão ser reduzidas em 281 milhões de toneladas de CO2 através da “combinação de esforços” entre novas tecnologias e a aplicação de biocombustíveis.
“O Brasil tem um grande potencial para combinar tecnologias automotivas inovadoras com o poder dos biocombustíveis”, disse Masao Ukon, diretor executivo do segmento automotivo do BCG para a América do Sul.
“Este avanço está condicionado ao desenvolvimento de um ecossistema que envolve fornecedores, infraestrutura de carregamento, produção e distribuição de energia e biocombustíveis”, acrescentou o executivo em nota de imprensa.
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