A América do Sul está se tornando cada vez mais quente, seco e inflamável. É o que mostra o estudo publicado na revista científica Nature Climate Change.
Pesquisa publicada nesta quinta-feira (26) mostra como o aquecimento global causa aumento do risco de seca e incêndio e piores condições climáticas.
O artigo utilizou um conjunto de dados para analisar a progressão das condições climáticas adversas de 1971 a 2022 no continente.
Por exemplo, a região Norte da Amazônia tem três vezes mais dias por ano com condições climáticas extremas de incêndio (incluindo altas temperaturas, seca e baixa umidade) em comparação com as últimas décadas.
Embora esta condição “quente, seca e inflamável” estivesse presente em menos de 20 dias por ano entre 1971 e 2000, a situação aumentou para até 70 dias por ano no Norte da Floresta Amazônica e no Pantanal brasileiro, e em Maracaibo, Venezuela, nos últimos 22 anos.
Os gráficos abaixo mostram como as regiões citadas no estudo aumentaram os dias mais quentes ao longo das décadas. Olhar.
Calor e seca no Brasil
O Brasil enfrenta sua sétima onda de calor este ano. As altas temperaturas devem durar até sexta-feira (27), segundo o Climatempo. A previsão é de tempo muito seco, com umidade do ar considerada “muito baixa”.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que alerta para “grande perigo” devido à nova onda de calor, onze capitais poderão registrar temperaturas máximas acima de 35°C nesta quinta-feira (26).
Os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina e o DF deverão ser afetados.
No total, 1.983 municípios poderão ser prejudicados pelo tempo seco e pelo calor intenso. Na quarta-feira (26), os termômetros em São Paulo (SP) atingiram a marca de 35,8°C, considerado o mais alto deste ano.
Registros de incêndio no país
O Brasil passa um dos períodos de seca mais severoscom uma grande parte do país afectada por fumaça de incêndios.
A região Norte registrou 93.150 focos de incêndio em 2024, considerando dados divulgados até a última quarta-feira (15) e lidera o ranking nacional, enquanto o Centro-Oeste fica em segundo lugar, com 62.741 focos de incêndio.
O Nordeste tem 24.970 surtos no ano e ocupa o terceiro lugar, seguido pelo Sudeste, com 18.796. A região Sul tem 5.519 focos de incêndio até o momento. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os estados de São Paulo e Amazonas alcançaram número recorde de incêndios por ano de toda a série históricao sistema de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), iniciado em 1998.
Este ano, o bioma Amazônia superou o número de queimadas registradas em todo o ano de 2023, contabilizando mais de 100 mil incêndios.
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