Uma surpresa positiva foi a principal avaliação dos números apresentados pelo IPCA-15 de setembro. O índice considerado a “prévia da inflação” subiu menos que o esperado no período e reforçou a leitura de que os preços estão mais controlados, o que poderia reduzir a pressão sobre a política monetária e o trabalho do Banco Central (BC) para conter a inflação.
“Para o Banco Central, é um número que traz certo alívio em relação às preocupações com o aquecimento da atividade e consequente repasse para a inflação”, disse Lucas Barbosa, economista do AZ Quest.
“Mas os riscos ainda são predominantemente de alta, principalmente em termos energéticos e alimentares, além do mercado de trabalho muito aquecido”, acrescentou.
O mercado esperava alta de 0,30% para o índice, que subiu 0,13%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos 12 meses até setembro, a taxa aumentou 4,12%, ante 4,35% no mês anterior, e expectativa de 4,30%.
Vale lembrar que a meta para a inflação em 2024 é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, medida pelo IPCA.
Para Felipe Vasconcellos, sócio da Equss Capital, o número pode influenciar as futuras decisões do Banco Central em relação ao ritmo, ou seja, contribuir para aumentos mais graduais nas taxas de juros.
Apesar da avaliação, o economista reforça que o cenário apresenta desafios, principalmente com incertezas globais e domésticas.
Na quarta-feira (25), os dados positivos geraram movimentos no mercado financeiro e alívio também foi observado no indicador de juros futuros.
“Dada a previsão do IPCA abaixo do esperado, os juros futuros registram hoje queda de magnitude decrescente ao longo da curva, refletindo certo otimismo do mercado no curto prazo, mas manutenção das expectativas no longo prazo”, disse Felipe Castro, planejador financeiro e sócio na Matriz Capital.
No governo, a expectativa é que os preços continuem caindo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou durante a Conferência Brasil 2024 do Banco Safra que a inflação no Brasil continuará caindo sucessivamente neste ano e no próximo.
Do lado do mercado, o Boletim Focus mostrou que os agentes econômicos esperam que a inflação termine o ano em 4,37%. Para 2025, a expectativa foi levemente ajustada para baixo no último relatório, passando de 3,95% para 3,97%.
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