“O que une a todos é a morte, todos chegaremos a esse momento. A morte faz parte da vida, o desaparecimento não é”. É assim que Jovita Belfort, mãe da jovem Priscila Belfort, define a angústia que vive há mais de 20 anos. Priscila tinha 29 anos quando desapareceu em 2004, após sair para almoçar em uma das avenidas mais movimentadas do Rio de Janeiro.
A mãe de Priscila, o irmão e lutador Vitor Belfort, a cunhada Joana Prado e o pai, conhecido como Seu Belfort, se reuniram com a imprensa na semana passada em coletiva de divulgação da série documental “Volta Priscila”, que estará disponível na plataforma Streaming do Disney+ a partir desta quarta-feira (25).
A série, dirigida por Eduardo Rajabally e produzida pela Pródigo Filmes, foi feita em parceria com a família Belfort, e promete mostrar a real personalidade de Priscila e colocar “fim nessa história misteriosa”.
Depois de tantos anos de seu desaparecimento, Jovita ainda se emociona ao falar da filha. “A dor da pessoa desaparecida nunca cura, até que você tenha uma resposta ela não cura”, disse ela, com a voz embargada durante a entrevista coletiva.
Priscila Belfort tinha 29 anos e era servidora da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro quando desapareceu. Ela foi vista pela última vez por uma funcionária no prédio onde ficava a secretaria, na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio.
A Polícia Civil investigou o caso durante anos, mas não foram encontradas pistas sobre Priscila.
Apesar do tempo, a família acredita em um desfecho. “Todos nós temos esperança. Até hoje ninguém me deu o corpo da Priscila. É meu direito como cidadão”, disse Jovita.
Investigação teve falhas, diz Vitor Belfort
Na série, os Belfort afirmam que um verdadeiro quebra-cabeça é montado para evidenciar as diversas falhas da Polícia Civil do Rio de Janeiro durante a investigação.
“Uma coisa que não entendo é por que a polícia insistiu em uma linha única de investigação, isso é inaceitável. Houve muitas falhas e lacunas na investigação”, disse o campeão do UFC e irmão mais novo de Priscila, Vitor Belfort, durante entrevista coletiva.
Durante esses 20 anos, foram levantadas diversas hipóteses sobre o desaparecimento de Priscila. A linha de investigação seguida pela polícia foi inicialmente a de um possível sequestro e depois a de que traficantes de drogas haviam matado a jovem. Essa hipótese surgiu após o boato de que ela poderia ser usuária de drogas, informação que sempre foi negada por sua família e nunca foi comprovada.
Belfort afirma que ambas as linhas seguidas pela polícia se basearam apenas na opinião pública e que nunca houve uma investigação aprofundada sobre a vida de Priscila que realmente ouvisse a família.
“Ninguém investigou o que estava acontecendo nas últimas duas semanas da minha irmã”, disse o lutador.
Segundo ele, há anos eles lutam para que o caso saia da Delegacia Antissequestro (DAS) e vá para a Delegacia de Descoberta de Paradeiro (DDPA), especializada em investigar casos de desaparecimento e criada a partir do caso de Priscila. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, porém, ainda não deu respostas à família.
Família Belfort convive com ferida aberta há 20 anos
“Perdi metade dos meus pais. Minha esposa perdeu metade do marido. Quando um pai enterra um filho, metade dele morre. E quando uma criança desaparece? Ele morre um pouco a cada dia”, declarou Vitor Belfort durante entrevista coletiva.
O campeão meio-pesado do UFC afirma que o desaparecimento da irmã mais velha criou uma ferida aberta na família que não cicatrizou até hoje.
Jovita, a mãe deles, enfrenta vários problemas de saúde desencadeados após seu desaparecimento. Hoje, ela vive para tentar dar voz ao caso de Priscila e aos mais de 80 mil desaparecidos no Brasil.
“Perdôo todos os envolvidos no caso, mas queremos justiça”, afirma Vitor Belfort.
Joana Prado, que interpretava a personagem de dança ‘Feiticeira’ em talk shows da TV brasileira, já era casada com Vitor na época de seu desaparecimento e desenvolveu uma forte amizade com Priscila.
“É a nossa dor até hoje. Desenvolvi um trauma, não deixei meus filhos fazerem nenhuma viagem escolar, ficávamos grudados, escrevia meu número de celular bem grande no antebraço deles quando iam viajar”, disse Joana durante a entrevista coletiva.
A família busca forças para lidar com o ocorrido por meio do ativismo em prol de medidas que evitem o desaparecimento de pessoas. “A qualquer minuto, a qualquer momento, isso pode acontecer com qualquer um”, afirma Jovita.
Numa nota a CNNa Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio (Sepol) afirmou que se solidariza com a dor da família e que, desde os primeiros momentos, todos os recursos disponíveis foram utilizados para elucidar o caso e esclarecer o paradeiro de Priscila.
“Inúmeras diligências foram tomadas e diversas linhas de investigação foram verificadas. Vale ressaltar que todas as denúncias relacionadas ao caso foram e continuam sendo exaustivamente investigadas pela Delegacia Antissequestro (DAS)”, completa a nota.
o que emprestimo consignado
emprestimo consignado manaus
como funciona o emprestimo consignado
o que é emprestimo consignado
juros empréstimo consignado
financeira bmg telefone
o que empréstimo consignado
empréstimo servidor público
emprestimos bh
empréstimos bh
emprestimo consignado publico
emprestimos consignados o que é