A startup Tabas by Blueground é acusada por mais de 80 clientes de não repassar aluguéis de apartamentos para proprietários de imóveis de luxo na zona oeste de São Paulo.
A Tabas aluga imóveis de alto padrão com contratos de cinco a seis anos, faz melhorias no apartamento e subloca para terceiros. A empresa atua em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
A denúncia é que a empresa não repassa os valores aos proprietários dos imóveis, resultando em dívidas milionárias de aluguel, condomínio e IPTU. As perdas somam mais de R$ 1,5 milhão.
A advogada Marcela Miranda, que representa os clientes prejudicados, afirmou que já ajuizou mais de 60 ações judiciais contra a startup por cobrança e rescisão contratual. Alguns dos clientes processaram a polícia contra Tabas por peculato e peculato.
A Polícia Civil investiga o caso. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, a 78ª DP (Jardins) investiga os crimes mencionados por meio de inquérito policial.
O CNN constatou que muitos boletins de ocorrência já foram registrados na polícia. “Estamos acompanhando os movimentos da empresa desde abril de 2023 e acredito que seja um problema de gestão e não financeiro”, afirmou o advogado.
O representante disse que as dívidas individuais com clientes giram em torno de R$ 30 mil a R$ 40 mil, totalizando mais de R$ 1,5 milhão. “Esse número ainda pode ser bem maior, novos clientes chegam todos os dias”.
O advogado disse ainda que um prédio nos Jardins, bairro nobre da zona oeste de São Paulo, tem 17 apartamentos com condomínio atrasado, todos alugados pela Tabas. “O administrador da propriedade já está desesperado”, disse ela.
Clientes prejudicados
O CNN obteve uma sequência de e-mails em que um casal, clientes da Tabas, questiona a empresa sobre o atraso no pagamento de três parcelas do Imposto Predial Predial Urbano (IPTU) de três apartamentos.
A comunicação ocorreu em novembro de 2023. A startup só respondeu após clientes ameaçarem entrar com ações judiciais contra a empresa. Veja abaixo.
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No dia 13 de novembro de 2023, o casal questionou Tabas sobre os atrasos e afirmou que não era a primeira vez que cobravam pendências financeiras. • Reprodução
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O casal enviou documentos da Prefeitura de São Paulo para Tabas que comprovavam o atraso nas parcelas do IPTU. • Reprodução
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O casal enviou documentos da Prefeitura de São Paulo para Tabas que comprovavam o atraso nas parcelas do IPTU. • Reprodução
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O casal enviou documentos da Prefeitura de São Paulo para Tabas que comprovavam o atraso nas parcelas do IPTU. • Reprodução
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Após 10 dias sem resposta, o casal deu um ultimato à empresa, afirmando que tomaria medidas legais caso não recebesse resposta no prazo de quatro dias. • Reprodução
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No dia seguinte, uma pessoa da equipe jurídica de Tabas atendeu à demanda do casal e contatou outros setores para resolver o problema com urgência. • Reprodução
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Depois de lamentar o caso, Tabas procurou regularizar os pagamentos com urgência. O CNN ocultou os nomes dos clientes e funcionários da empresa para preservar a identidade dos envolvidos.
Outra cliente, Patrícia Naderth, disse que a startup lhe deve cinco aluguéis, o equivalente a R$ 60 mil. “Aluguei meu apartamento para o Tabas em 2021. Parecia uma proposta sensacional, apesar do contrato estipular R$ 50 mil para reformas e duração de cinco anos com multa altíssima.”
Ela explicou que após a aquisição pela Blueground começaram os grandes atrasos. “Fui inadimplente com condomínio e IPTU e, quando descobri, estava sendo processada pelo meu condomínio”, revelou.
Patrícia afirmou que a maioria dos clientes representados por Marcela Miranda já registrou boletim de ocorrência e que um delegado já está cuidando do caso. “Eles estão lucrando com propriedades que não são deles.”
A mulher disse que tem mais dois anos de contrato com o Tabas e estará num ciclo de “estresse e esgotamento que é uma coisa absurda emocionalmente”.
“Isso esgota a saúde física e mental de qualquer pessoa. Boa gente, a melhoria que fizeram foi colocar um porcelanato horrível em cima do que já tínhamos no apartamento”, completou.
Em consulta ao portal Reclame Aqui, Tabas é classificada como “Não recomendada”, com menos de 50% das reclamações respondidas. No total, 88 questões ainda aguardam resposta, sendo o tempo médio de resposta de 56 dias.
Só nos últimos 30 dias, a empresa recebeu os seguintes protestos: “não cumprem o contato”, “falta de pagamento”, “enganam clientes”, “não cumprem o que prometem”, “não cumprem não pague aos proprietários” e “propaganda enganosa”.
O que Tabas diz?
Em nota, Tabas informou ao CNN quem tem conhecimento dos casos e que estão a ser tratados em tribunal. No entanto, a empresa afirma que não foi notificada de nenhuma investigação policial em andamento. Veja a nota abaixo na íntegra.
“A Tabas é uma startup de locação e sublocação de imóveis, não se caracteriza como imobiliária, portanto, a empresa não deixou de transferir aluguéis, mas sim, como inquilina, suspendeu os pagamentos.
A empresa tem conhecimento dos casos e informa que não foi notificada sobre nenhuma investigação policial em andamento discutindo falta de pagamento de aluguel. Os casos mencionados são processos judiciais e cada situação tem uma motivação específica, prevista em contrato, para suspensão de pagamentos. Em todos eles foram apurados valores devidos pelos proprietários à Tabas em função de benfeitorias que a empresa realizou em seus imóveis.
Atualmente, a Tabas administra mais de 2 mil imóveis, e esses casos, que representam menos de 2% da nossa base de clientes, estão sendo devidamente tratados judicialmente. Temos o compromisso de garantir que cada situação seja tratada com a devida atenção e de acordo com as exigências legais.
Continuamos crescendo e liderando o mercado de locação flexível, focados em oferecer uma experiência de alta qualidade a todos os nossos lojistas, com a transparência e o comprometimento que sempre foram os pilares da Tabas.”
O Tabas foi inaugurado em abril de 2020 e hoje conta com 1.300 unidades alugadas. São mais de 20 mil contratos assinados por clientes.
A empresa foi adquirida pela empresa norte-americana Blueground no início de 2023, líder mundial em estadias flexíveis e prontas para morar.
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