A Justiça de Pernambuco ordenou a prisão do cantor Gusttavo Lima nesta segunda-feira (23). O artista é alvo da Operação Integração, que Seu principal objetivo é coibir os crimes de lavagem de dinheiro e a prática de jogos ilegais..
Segundo os investigadores, a organização criminosa investigada gerou cerca de R$ 3 bilhões com atividades ilícitas. Além do cantor sertanejo, a influenciadora Deolane Bezerra também foi alvo da investigação, mas obteve habeas corpus nesta segunda-feira.
Na decisão da Justiça solicitando a prisão do cantor que CNN teve acesso, ressalta-se que ele não deveria ter vantagens por ser pessoa famosa.
Gusttavo Lima esteve no Rock in Rio neste domingo (22). A família do cantor está em Miami, segundo postagens de Andressa Suita, esposa do cantor sertanejo.
O repórter Elijonas Maia, do CNN, descobriu que a cantora saiu do Brasil um dia antes da proposta e também foi para Miami. A defesa do artista foi apresentada pedido de habeas corpus.
Pedido de prisão
O caso do astro sertanejo é um desdobramento da Operação Integração, deflagrada no início de setembro, que culminou em 19 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão em cinco estados.
A decisão judicial visa equiparar as medidas aplicadas contra outros investigados e acusados da Operação Integração.
O pedido de prisão contra Gusttavo Lima partiu do parecer preliminar do Ministério Público, que em nota disse estar “os requisitos necessários para a prisão estão presentes preventiva, configurada na necessidade de manutenção da ordem pública, para a comodidade da investigação criminal e para assegurar a aplicação do direito penal”.
O Ministério Público, porém, decidiu substituir as prisões após incluir o nome do cantor nas investigações. A mudança de posicionamento, porém, não foi acompanhada pelo juiz do caso.
Entre as acusações, o cantor teria escondido R$ 9,7 milhões recebidos em dois depósitos de jogos ilegais de propriedade da HSF Entretenimento Promoção de Eventos. Além disso, ele teria dado “abrigo a foragidos” alvos da investigaçãoque está sob segredo de justiça.
Também foi revelado que a cantora comprou 25% do capital da empresa “Vai de Bet”identificado como operador de jogo ilegal e que esteve recentemente no meio de outra polémica, ao rescindir o contrato de patrocínio com o Corinthians.
Decisão judicial
A juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), afirma que Gusttavo Lima “demonstra uma alarmante falta de consideração pela justiça”.
A relação envolve “movimentos suspeitos” e a ligação entre a empresa do cantor e a rede de lavagem de dinheiro. Para a Justiça, as evidências sugerem um compromisso “que não pode ser ignorado”.
Embora seja uma figura pública, com mais de 45 milhões de seguidores nas redes sociais, a juíza afirma em sua decisão que o Judiciário “não se submete ao clamor popular nem se orienta pela opinião pública, pois tem como função aplicar a lei com imparcialidade e justiça”.
O juiz analisou a movimentação do MP que recusou as prisões, segundo a representação devido ao “tempo necessário para a realização das diligências” e “constrangimento ilegal”. Na opinião do juiz, no caso em questão “É pertinente destacar que, por analogia, o prazo para conclusão da investigação é de 30 dias, tendo em vista que se trata de uma organização criminosa“, afirma. Assim, continua ela, a alegação de contenção ilegal é “desprovido de qualquer suporte sólido”.
Ao final, o juiz diz que a prisão não pode ser vista apenas como uma medida punitiva, mas “como um mecanismo para proteger a sociedade e um meio de garantir que a justiça prevaleça”.
Na decisão judicial que solicitou a prisão de Gusttavo Lima, as investigações teriam apresentado “provas suficientes de sua participação no crime de lavagem de dinheiro”.
Além de determinar a prisão do cantor Gusttavo Lima, a Justiça determinou a suspensão do seu passaporte.
Entenda a operação que levou ao pedido de prisão de Gusttavo Lima
Investigações
Segundo a investigação policial, a empresa Balada Eventos Produções LTDA, que pertence ao artista, é acusada de esconder quase R$ 10 milhões em jogos ilegais recebidos em dois depósitos de jogos ilegais da HSF Entretenimento Promoção de Eventos.
A investigação que investiga o esquema milionário também identificou que o cantor continuou em posse da aeronave e da Aeronave Cessna, mesmo após receber diversos depósitos, que totalizaram R$ 22.232.235,53 pela negociação.
Outro aspecto da investigação mostra a relação de Gusttavo Lima com fugitivos dessa mesma operação. Segundo o juiz do caso, a relação apresenta “características espúrias e duvidosas”. Na decisão, a Justiça diz que Gusttavo Lima ajudou fugitivos.
“É imprescindível destacar que Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima]ao abrigar fugitivos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela justiça. A sua intensa relação financeira com estes indivíduos, que inclui movimentos suspeitos, levanta sérias questões sobre a sua própria participação em atividades criminosas. A ligação da sua empresa à rede de lavagem de dinheiro sugere um compromisso que não pode ser ignorado”, destaca o juiz.
Fotos da Operação Integração
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A Operação Integração apreendeu diversos itens como carros, avião, joias e dinheiro • Polícia Civil de São Paulo
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A Operação Integração apreendeu diversos itens como carros, avião, joias e dinheiro • Polícia Civil de Pernambuco
O que o cantor diz
Ainda no dia 5 deste mês, sobre ser alvo da operação (antes do pedido de prisão), Gustavo Lima disse “que não tem nada a ver com isso”.
“Honra e honestidade São as únicas coisas que tive na vida. Isso não pode ser negociado”, declarou ainda sobre o ocorrido com o avião.
Gusttavo Lima foi ao Rock in Rio no domingo (22), antes do pedido de prisão. Ainda não há informações sobre como e quando a cantora comparecerá ao tribunal.
Nota consultiva
O A assessoria do cantor divulgou nota sobre o pedido de prisão na noite desta segunda-feira (23). Confira na íntegra.
A defesa do cantor GUSTTAVO LIMA recebeu na tarde desta segunda-feira (23/09), por meio da mídia, a decisão da juíza Dra. Andréa Caladoo da Cruz da 12ª Vara Criminal do Recife/PE que decretou a prisão preventiva do cantor e de outras pessoas e esclarece que as medidas cabíveis já estão sendo adotadas.
Ressaltamos que se trata de uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que nenhum esforço será poupado para combater judicialmente uma decisão injusta e sem fundamento jurídico.
A inocência do artista será devidamente demonstrada, pois acreditamos na justiça brasileira. O cantor GUSTTAVO LIMA jamais seria conivente com qualquer fato contrário à regulamentação do nosso país e não há envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia Pernambucana.
Por fim, esclarecemos que os autos tramitam em sigilo e que qualquer violação ao referido instituto será objeto de reparação e responsabilização dos infratores.
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