A seca que atravessa o Rio Negro, no Amazonas, altera a paisagem e dificulta a vida da população amazonense que depende do rio.
Imagens captadas pelo portal Manaus Turismo e fornecidas para CNN mostram um trecho do Rio Negro sem água. A seca fica ainda mais evidente se comparada ao período em que o rio está cheio.
Abaixo, uma comparação de fotos tiradas no mesmo ponto. À esquerda, em 20/06/2024, durante a enchente. À direita, no dia 19/09/2024, durante a maré baixa do rio. Olhar:
Seca nos rios amazônicos
A pior seca já registada reduziu os níveis de água nos rios da Bacia Amazónica para um mínimo histórico, em alguns casos secando leitos de rios que outrora eram cursos de água.
O Solimões, um dos principais afluentes do poderoso rio Amazonas, cujas águas têm origem nos Andes peruanos, caiu ao nível mais baixo já registrado em Tabatinga, cidade brasileira na fronteira com a Colômbia.
Rio abaixo, em Tefé, um braço do Solimões secou completamente, como viram repórteres que sobrevoaram o rio na terça-feira.
O vizinho Lago Tefé, onde mais de 200 golfinhos de água doce morreram na seca do ano passado, também secou, privando os ameaçados mamíferos cor-de-rosa do seu habitat favorito.
“Estamos passando por um ano crítico”, disse o porta-voz do Greenpeace, Rômulo Batista, apontando para o local onde o leito do rio Solimões se transformou em bancos de areia. “Este ano, vários meses quebraram os recordes do ano passado.”
O segundo ano consecutivo de seca crítica secou grande parte da vegetação do Brasil e causou incêndios florestais em países da América do Sul, envolvendo as cidades em nuvens de fumaça.
“As alterações climáticas já não são motivo de preocupação no futuro, dentro de 10 a 20 anos, elas chegarão, e chegarão com uma força muito mais intensa do que esperávamos”, acrescentou Batista.
O Solimões, em Tabatinga, foi medido 4,25 metros abaixo da média da primeira quinzena de setembro.
Em Tefé, o rio ficou 2,92 metros abaixo do seu nível médio nas mesmas duas semanas do ano passado e deverá cair ainda mais, atingindo o nível mais baixo de sempre.
Em Manaus, a maior cidade da Amazônia, onde o Solimões se junta ao Rio Negro para formar o Rio Amazonas, o nível do Rio Negro está se aproximando do mínimo recorde alcançado em outubro de 2023.
“Lembro que no ano passado estávamos passando por essa situação, mas em outubro”, disse Tomé Cruz, liderança indígena Kambeba. “Este ano, essa seca já evoluiu muito.”
(*Com informações da Reuters)
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