O Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania do Brasil, Macaé Evaristo, em entrevista ao CNN Brasilenfatizou a necessidade de ampliar o debate sobre o assédio na sociedade brasileira. Evaristo destacou que o silêncio sobre temas como o bullying pode ser uma estratégia para perpetuar a opressão.
“Precisamos falar de assédio, de assédio moral, inclusive para que essas distinções sejam feitas, para que as pessoas entendam e para que não entremos em uma onda de denúncia, de denúncia vazia”, afirmou o ministro.
Evaristo foi nomeado após a demissão de Silvio Almeida, acusado de assédio sexual. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, seria uma das vítimas. Ela não confirma nem nega. Almeida nega as acusações.
Esta semana, o Governo Federal demitiu o secretário da Criança e do Adolescente, Cláudio Augusto Vieira da Silva, que fazia parte da equipe do ex-ministro Almeida, após ele ser acusado de assédio moral.
Institucionalidade e responsabilidade
Evaristo destacou a importância da criação de mecanismos institucionais para lidar com denúncias de assédio. Segundo ela, é fundamental ter “escuta, institucionalidade, investigação, responsabilidade” para abordar essas questões de forma eficaz.
O ministro também abordou a necessidade de equilibrar as metas e objetivos do governo com o bem-estar dos funcionários. “Um governo tem objectivos, tem um programa, tem metas e estas precisam de ser cumpridas. Então, quem faz isso? Os funcionários, os trabalhadores do departamento, precisam de ter esse compromisso coletivo, porque a entrega não é para o ministro, a entrega é para o país”, explicou.
Desafios orçamentais e a população sem-abrigo
Questionada sobre o orçamento limitado do Ministério dos Direitos Humanos, Evaristo reconheceu o desafio e afirmou que buscará aumentar os recursos. O ministro destacou a complexidade da situação da população em situação de rua, que tem crescido significativamente em diversas cidades brasileiras.
“Vamos trabalhar muito para que possamos ampliar o acolhimento de atenção sobre um tema que é muito complexo, que é a população em situação de rua hoje no Brasil”, disse Evaristo, destacando a necessidade de políticas diferenciadas para atender às diferentes situações enfrentadas pelos esta população.
O ministro concluiu sublinhando que os direitos humanos não são uma questão abstracta, mas sim questões concretas como a habitação, a educação, a saúde e uma vida digna. Evaristo prometeu trabalhar uma agenda ampla e fazer muitas entregas durante sua gestão à frente do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.
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