Como esperado, o Federal Open Market Committee (FOMC) do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil apresentaram suas decisões de corte e aumento das taxas de juros, respectivamente.
Aí, a Fed cortou a taxa de juro básica em 0,50 pontos percentuais na quarta-feira, iniciando o que se espera ser um ciclo firme de flexibilização da política monetária, com uma redução maior do que o habitual nos custos de financiamento. empréstimos, num movimento que surge após a crescente preocupação com a saúde do mercado de trabalho.
“O Comité (Federal de Mercado Aberto) ganhou maior confiança de que a inflação está a evoluir de forma sustentável em direção a 2% e considera que os riscos para alcançar os seus objetivos de emprego e inflação são mais ou menos equilibrados”, afirmaram os decisores políticos. política monetária no seu comunicado, o que foi discordado pela diretora Michelle Bowman, que defendeu um corte de apenas 0,25 pontos percentuais.
Numa conferência de imprensa após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse não ver nenhuma indicação de recessão ou mesmo de desaceleração económica no futuro. “Não vejo nada na economia neste momento que sugira que a probabilidade de uma recessão – desculpe, uma desaceleração – seja alta.” Powell afirmou ainda que, embora as pressões inflacionistas tenham diminuído claramente, ele não está pronto para dizer que as pressões sobre os preços diminuíram definitivamente.
“Não estamos dizendo missão cumprida ou algo parecido” quando se trata de fazer a inflação voltar a 2%, disse Powell em entrevista coletiva após a mais recente reunião de política monetária do Fed. “Mas devo dizer que estamos entusiasmados com o progresso que fizemos” para levar a inflação de volta à meta, disse ele.
Aqui, o Copom decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria, passando a vislumbrar pela frente um cenário com maior risco de aumento da inflação.
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“O Comitê avalia que há assimetria ascendente no seu balanço de riscos para cenários prospectivos de inflação”, afirmou o Comitê de Política Monetária (Copom) em comunicado.
No comunicado, o BC destacou que o ritmo dos ajustes futuros dos juros básicos e a magnitude total do ciclo que acaba de se iniciar serão ditados pelo firme compromisso com a convergência da inflação à meta e dependerão da dinâmica dos preços no país “especialmente os componentes mais sensíveis à inflação”. atividade económica e política monetária, projeções de inflação, expectativas de inflação, hiato do produto e equilíbrio de riscos”.
Após os anúncios das decisões, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica do Federal Reserve chegou tarde, mas deverá iniciar um ciclo duradouro de cortes que deverá continuar “sem surpresas” em 2025 e 2026 e que proporcionará alívio interno ao Brasil.
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Questionado por jornalistas do Tesouro sobre o aumento de 0,25 ponto percentual da Selic pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, Haddad disse não estar surpreso com o reajuste, mas que não comentará até ler a ata da reunião . Hoje, as atenções se voltam para as reações do mercado e do dólar após os movimentos de ontem.
Para analistas de mercado, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) de curto prazo devem sofrer reajustes limitados nesta quinta-feira. O aumento de 25 pontos-base, segundo profissionais, já era amplamente esperado e estava precificado na curva futura, o que limita os ajustes nas negociações de quinta-feira. Mesmo assim, o tom da declaração foi considerado hawkish (duro com a inflação), não descartando a possibilidade de aumento de 50 pontos-base na taxa Selic na próxima reunião colegiada, em novembro, caso a evolução da inflação e das expectativas não sejam favorável. .
No mercado de câmbio, profissionais avaliam que o viés para quinta-feira é de queda do dólar frente ao real, ainda que com intensidade limitada.
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Dólar, Ibovespa e juros: como o mercado reagirá nesta quinta às decisões do Fomc e do Copom?
Agenda
O Ministro Fernando Haddad se reunirá, à tarde, com Edimilson Alves, Diretor Executivo da ABIFUMO. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, e demais dirigentes do município participam de café da manhã com Caio Oliveira de Sena Bonfim, medalhista olímpico, em evento fechado à imprensa. O presidente Lula já está com agenda marcada no Maranhão, onde participa da cerimônia de assinatura do Acordo de Conciliação, Compromissos e Reconhecimentos Recíprocos, relativo ao Acordo de Alcântara.
Brasil
8h – FGV: IGP-M (2ª prévia) (setembro)
10h – CNI: Pesquisa do Setor da Construção
10h30 – Arrecadação federal de agosto
EUA
9h30 – Índice de atividade do Fed de Filadélfia (setembro)
9h30 – Pedidos de subsídio de desemprego (semanalmente)
11h – Venda de casas usadas
15h – Tesouraria: Resultado Fiscal Mensal (agosto)
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Reino Unido
8h: Banco da Inglaterra decide política monetária
China
22h30 – PBoC decide sobre taxas de juros
Mercados Internacionais
Os índices futuros dos Estados Unidos operam em alta nesta quinta-feira (19), devido às expectativas de que o corte de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) norteará a maior economia dos Estados Unidos. mundo em direcção a uma aterragem suave. A taxa passou a oscilar dentro de uma faixa entre 4,75% e 5,00%.
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Os mercados bolsistas da Ásia-Pacífico também fecharam em alta, com os investidores a avaliarem a decisão da Fed de reduzir as taxas de juro em meio ponto percentual. O banco central de Hong Kong também cortou a sua taxa de juro de referência pela primeira vez em quatro anos, após o corte do Fed.
X está de volta?
Uma atualização na rede social.
X usuários relataram acesso às contas da plataforma desde a manhã. Um dos que se aproveitou da brecha foi o ex-presidente Jair Bolsonaro, que, em longa postagem, criticou indiretamente o ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável pela decisão de bloquear X.
Economia
Saídas criativas
Diante de restrições no quadro fiscal, o governo Luiz Inácio Lula da Silva passou a implementar soluções criativas para aumentar os gastos, além de incorporar receitas ao Orçamento sem a concordância do Banco Central, com especialistas apontando riscos à credibilidade do contas do governo.
Somente do início de agosto para cá, o governo criou, sob pressão das redes sociais, uma isenção fiscal para medalhistas olímpicos, apresentou um modelo para financiar um vale-gás bilionário fora do Orçamento e orientou a aprovação no Congresso de uma medida que incorpora dinheiro esquecido nos bancos como reforço para atingir a meta fiscal – em três casos em dissonância com as regras fiscais atuais.
“Por um lado, há uma tentativa de flexibilizar as regras para cumprir a meta fiscal no papel, mas conseguir gastar mais. E por outro lado, também há um esforço para estimular o financiamento de políticas públicas fora das despesas primárias por meio de mecanismos de financiamento”, disse o economista e pesquisador do Insper Marcos Mendes.
Lula: economia crescerá mais de 3,5%
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou esta quarta-feira que a economia brasileira crescerá pelo menos 3,5% este ano, acima das estimativas mais recentes do mercado e do próprio governo.
“A economia vai crescer acima de 3%, e vai chegar acima de 3,5%”, disse Lula em discurso durante cerimônia de sanção da Lei Geral do Turismo, no Palácio do Planalto.
Analistas consultados pelo Banco Central na mais recente pesquisa Focus estimavam uma projeção de crescimento de 2,96% do PIB brasileiro neste ano.
Política
Proposta de paz para a Rússia e a Ucrânia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta quarta-feira com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e ambos discutiram a proposta do Brasil e da China para pôr fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, informou o Palácio do Planalto em comunicado. .
Segundo o comunicado, Lula e Putin também discutiram a reunião do BRICS que será realizada em outubro na cidade russa de Kazan, além de outros temas da agenda bilateral entre os dois países.
Financiamento de companhias aéreas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quarta-feira a nova Lei Geral do Turismo, que permite o financiamento do setor aéreo com um aporte de 6 bilhões de reais por meio do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), informou o Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) .
“A nova regulamentação vai garantir um aporte de 6 bilhões de reais ao modal aéreo por meio de financiamento às empresas brasileiras. Os recursos serão transformados em melhorias para aumentar a qualidade do turismo e uma melhor experiência dos passageiros”, afirmou o ministério em comunicado.
Administrado pelo MPor, o fundo pode ser utilizado por companhias aéreas para empréstimos, aquisição de querosene de aviação e para desenvolvimento de projetos de combustíveis renováveis.
Corporativo
H&M no Brasil
A rede de moda sueca H&M abrirá suas primeiras lojas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro no segundo semestre de 2025, segundo reportagem do jornal Valor. As primeiras unidades serão inauguradas nos shoppings Allos (ALOS3), Iguatemi (IGTI11) e Multiplan (MULT3).
Recuperação judicial
A AgroGalaxy Participações (AGXY3) informou nesta quarta-feira que seu conselho de administração aprovou o protocolo de pedido de recuperação judicial da empresa.
O pedido foi apresentado em segredo e será sujeito a ratificação em assembleia geral oportunamente, informou a empresa.
(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)
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