O governo federal anunciou, nesta terça-feira (17), o envio de medida provisória (MP) ao Congresso para abertura de crédito extraordinário de R$ 514 milhões para combate a incêndios florestais na Amazônia Legal.
A medida foi definida após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino para liberar recursos fora do âmbito fiscal para combate a incêndios, sem impacto nas metas fiscais. A opinião de Dino foi publicada neste domingo (15).
O anúncio da MP foi feito pelo ministro Rui Costa, da Casa Civil, durante reunião no Palácio do Planalto com representantes dos Três Poderes.
Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o encontro contou com a presença dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira ( PP-AL).
“Hoje o presidente assina a MP de crédito, nas condições dadas pelo ministro Dino, um crédito extraordinário de R$ 514 milhões, distribuído em diversas áreas do governo, principalmente na área ambiental de combate a incêndios, mas aqui está distribuídos noutras áreas”, afirmou Rui Costa.
O ministro disse ainda que novos créditos poderão ser abertos a partir do diagnóstico de reuniões que o governo deverá realizar nos próximos dias. Uma dessas reuniões deverá acontecer na quinta-feira (19), com a presença de governadores.
As medidas provisórias têm força de lei e entram em vigor imediatamente após sua publicação. Contudo, a norma precisa ser apreciada pelo Congresso Nacional no prazo de até 120 anos para se tornar lei ordinária.
Divisão de recursos
Segundo a Casa Civil, a MP abrirá crédito para diversos ministérios e autoridades. O Ministério do Meio Ambiente receberá recursos para combate a incêndios e monitoramento das queimadas.
Segundo o ministério, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) poderão adquirir materiais e equipamentos, além de contratar novos serviços especializados de combate a incêndios, como bombeiros, veículos e aeronaves.
Além disso, o Ministério da Justiça receberá recursos para mobilizar equipes policiais para investigações e investigações na região dos incêndios. Parte do valor também será destinada à Força Nacional de Segurança Pública para envio e mobilização de 180 novos profissionais durante cem dias.
Os recursos também serão destinados a ações das Forças Armadas e do Ministério do Desenvolvimento Social, que devem adquirir 300 mil cestas básicas e 7 mil toneladas de alimentos de 2,6 mil agricultores familiares da região Norte, afetada pelas queimadas.
Outras três pastas deverão receber parte do crédito:
- Desenvolvimento Agrário,
- Integração e Desenvolvimento Regional,
- dos Povos Indígenas.
Outras ações
Ainda segundo a Casa Civil, Lula deverá assinar despacho que prevê 60 dias para reestruturação da Defesa Civil.
Além disso, o governo deverá flexibilizar, por meio de outra MP, as regras para contratações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo é proporcionar maior agilidade na aplicação dos recursos da instituição.
O governo também pretende criar um novo fundo de gestão de recursos nos moldes do Fundo Amazônia, voltado para outros biomas, como a Caatinga, o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica e o Pampa.
“Há manifestações de outros países, de outros doadores, que gostariam de doar, além da Amazônia, para outros biomas”, informou Rui Costa.
Com recursos do Orçamento e do Fundo Amazônia, o governo deverá adquirir novas aeronaves e kits para combate aos incêndios florestais. Além disso, as sanções administrativas para infrações ambientais devem ter as multas aumentadas.
Incêndios
Nesta terça-feira, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o Brasil tem quase 5 milhões de quilômetros quadrados em risco de incêndios. A área corresponde a cerca de 60% do território nacional.
Os ministros Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente), Ricardo Lewandowski (Justiça), Nísia Trindade (Saúde), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Jorge Messias (Procurador-Geral da União) também participaram da agenda no Planalto. , Herman Benjamin (Superior Tribunal de Justiça) e 4º vice-presidente do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo Filho.
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