Presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto indicou em entrevista ao CNN que a importação de arroz — que será autorizada por medida provisória (MP) a ser publicada nos próximos dias — será pontual, para não prejudicar a produção nacional.
A medida deverá autorizar o governo a importar um milhão de toneladas de arroz, mas nem todo esse espaço será necessariamente utilizado, segundo Pretto. O cereal será adquirido prontamente, considerando a necessidade de abastecer as regiões brasileiras, evitando especulações de preços.
“Não podemos correr o risco de desabastecimento em regiões que não produzem arroz, Norte, Nordeste, Sudeste, temos que evitar a especulação. Mas devemos ter em conta a sensibilidade do mercado interno. A ideia é não prejudicar a concorrência com a nossa produção nacional”, afirmou.
Como as importações serão realizadas de acordo com as necessidades das regiões brasileiras e considerando a sensibilidade do mercado local, Pretto indica que não é possível estimar os gastos a serem gerados a partir do MP.
Ainda segundo o presidente da Conab, será priorizada a compra de arroz do Mercosul. Isso porque a tarifa de importação será zero — o que dispensa a necessidade de alteração das alíquotas do imposto de importação — e porque o produto da região é semelhante ao brasileiro, atendendo ao consumidor.
Neste momento, os ministérios da Agricultura, da Fazenda e da Casa Civil analisam uma versão da MP produzida pela Conab. A expectativa é que a publicação ocorra entre esta quinta (9) e sexta (10).
Além de detalhar como serão as operações de importação, o governo analisará o espaço orçamentário necessário para a medida.
O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz. A Conab projeta que entre 15% e 17% da produção de cereais estava no campo quando as chuvas começaram a assolar o estado. O arroz era cultivado principalmente na região central do estado.
Na região metropolitana, a maior parte do cereal já havia sido colhida e enviada para armazéns, mas verifica-se que parte dessas jazidas também foram afetadas pelas chuvas — o que dificulta mensurar os impactos causados pelo fenômeno climático neste momento .
Segundo a Conab, os seguintes percentuais de cereais estavam no campo quando as chuvas atingiram o estado:
- Arroz: 15%
- Soja: 25%
- Milho: 10% (utilizado quase exclusivamente para consumo interno).
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