Um exame de sangue pode ser eficaz no diagnóstico esclerose lateral amiotrófica (ELA) com 98% de precisão, segundo novo estudo publicado na última quinta-feira (12). A descoberta é interessante porque pode acelerar a detecção da doença, além de apoiar o desenvolvimento de novos medicamentos, na visão dos pesquisadores.
A ELA é uma doença que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva, causando paralisia motora irreversível. Essa é a doença que teve o físico britânico Stephen Hawking, falecido em 2018. Segundo o Ministério da Saúde, não há cura para a esclerose lateral amiotrófica e a morte geralmente ocorre entre três e cinco anos após o diagnóstico. Cerca de 25% dos pacientes sobrevivem mais, segundo a pasta.
Atualmente, o diagnóstico é feito através de análises clínicas e exame físico, que podem evidenciar algumas deficiências físicas, sinais e sintomas relacionados à doença, como tremores, espasmos e contrações musculares. Exames de sangue e de imagem, até então, servem apenas para descartar outras doenças que possam causar sintomas semelhantes.
Segundo pesquisadores, as taxas de diagnóstico inicial incorreto chegam a 68%, o que atrasa o tratamento e, consequentemente, impactos mentais, custos processuais e intervenções desnecessárias.
“Diagnósticos mais rápidos permitirão um tratamento mais precoce, o que melhorará os resultados dos pacientes”, diz Sandra Banack, principal autora do estudo, em declaração.
Biomarcador sanguíneo
Pesquisadores do Brain Chemistry Labs em Jackson, Wyoming, Estados Unidos, identificaram um biomarcador sanguíneo específico para ELA. Composto por oito microRNAs, pode ser detectado por meio de coleta de sangue.
Usando sequenciamento em tempo real e PCR, a equipe conseguiu analisar amostras de sangue de pacientes com ELA e pessoas com outras doenças neurológicas, como esclerose lateral primária (ELP) e doença de Parkinson, bem como de indivíduos saudáveis.
Os pesquisadores descobriram que o biomarcador no sangue indica ELA com até 98% de precisão e pode diferenciá-la da EPP e do Parkinson. Para confirmar a sua fiabilidade, foi testado em quatro grupos diferentes de pacientes, em dois laboratórios diferentes, com vários técnicos e métodos de colheita envolvidos. O biomarcador indicou consistentemente resultados confiáveis.
Os pesquisadores acreditam que este exame de sangue pode ajudar os neurologistas a diagnosticar a ELA e complementar as avaliações clínicas atuais. De acordo com comunicado divulgado pelo Brain Chemistry Labs, Paul Alan Cox, diretor executivo da organização, espera garantir uma parceria com uma empresa de diagnóstico e disponibilizar este teste amplamente aos neurologistas dentro de 18 a 24 meses.
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