Os incêndios florestais que atingem grande parte do Brasil resultam em “níveis muito elevados” de monóxido de carbono (CO) na atmosfera do país, segundo a MetSul.
A agência meteorológica explica que a substância é incolor, inodora, muito perigosa e até fatal em ambientes fechados com emissões locais.
Segundo a MetSul, toda fumaça contém monóxido de carbono, além de diversos outros produtos químicos. A fumaça liberada pelos incêndios é uma mistura de produtos químicos produzidos pela queima incompleta de materiais que contêm carbono.
Um mapa da plataforma de monitoramento Adam Platform, divulgado nesta quinta-feira (12), mostra altos níveis da substância química no Sul da Amazônia, em regiões do Centro-Oeste, no Sul do Brasil e em São Paulo.
Outro gráfico mostra a projeção de gás na atmosfera para este domingo (15).
Em território brasileiro, uma faixa com altos níveis da substância começa na região dos estados de São Paulo e Paraná, e vai até o estado do Amazonas. Veja abaixo.
Os incêndios em vegetação são uma fonte significativa de poluição atmosférica por gases na Amazônia, por exemplo.
No mês passado, o estado do Amazonas registrou o pior mês de agosto em queimadas desde 1998. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 10.328 focos de incêndio na região.
Segundo a agência, o monóxido de carbono não tem efeito direto nas temperaturas globais e está presente em pequenas quantidades na atmosfera, como o metano e o dióxido de carbono.
No entanto, afecta a capacidade da atmosfera de se livrar de muitos outros gases poluentes. Junto com outros poluentes e a luz solar, também participa da formação do ozônio atmosférico inferior, conhecido como “ozônio ruim”, e da poluição urbana.
Assistência médica
A MetSul também alerta a população para evitar exposição a níveis elevados de fumaça. A inalação por um curto período de tempo pode causar efeitos imediatos à saúde.
A fumaça irrita os olhos, nariz e garganta e seu odor pode causar náuseas. Segundo a agência, estudos mostram que algumas pessoas expostas à fumaça intensa apresentam alterações temporárias na função pulmonar, o que dificulta a respiração.
Durante a última semana, a cidade de São Paulo teve o ar mais poluído do mundo durante dias, segundo a agência suíça IQAir.
Além disso, as capitais Florianópolis, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá e Rio Branco apresentaram ar “não saudável” para toda a sua população, nesta sexta-feira (13).
Veja outras consequências negativas da inalação de monóxido de carbono:
- Dores de cabeça e redução do estado de alerta
- Irritação respiratória e falta de ar
- Fornecimento de oxigênio corporal
- Piora de outras condições médicas, como asma e doenças cardíacas
A MetSul afirma ainda que, uma vez completada a exposição ao gás, os sintomas da inalação de monóxido de carbono ainda podem demorar alguns dias para passar.
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