O Brasil deverá realizar em 2025 um leilão exclusivamente para a contratação de baterias e sistemas de armazenamento de energia para o setor elétrico, prevendo-se que a consulta pública seja publicada nos próximos dias, disse esta quinta-feira o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
“O objetivo do leilão de baterias é impulsionar a tecnologia no Brasil e tentar atrair a Huawei e outros grandes produtores de baterias, principalmente da China”, disse ele a jornalistas após participar de evento em São Paulo.
O governo chegou a cogitar incluir baterias e sistemas de armazenamento no próximo leilão de reserva de capacidade, que contratará mais energia para o sistema elétrico nacional a partir de 2028. Porém, a falta de regulamentação para o uso desses sistemas foi vista como um impedimento para sua participação no a competição.
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Segundo Silveira, se a consulta pública sobre o leilão de baterias for “produtiva”, a licitação poderá ter regras publicadas ainda este ano. Ele ressaltou, porém, que o ministério não fará nada precipitadamente, devido à preocupação em não aumentar os custos de energia para os consumidores.
“Acredito que, a médio prazo, a energia intermitente (eólica e solar) será armazenada em baterias e isso reduzirá o custo da energia”, disse o ministro ao explicar o leilão.
As baterias, que poderão armazenar energia de fontes intermitentes como eólica e solar, chegam em um momento em que a operação da rede elétrica no Brasil se torna mais complexa e exige maior flexibilidade.
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Esses sistemas deverão ser utilizados principalmente para o chamado “atendimento de ponta” do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ou seja, em horários críticos de operação, quando há picos de carga e baixa geração.
Sobre o leilão de reserva de capacidade, Silveira garantiu que o evento acontecerá ainda este ano, embora o Ministério de Minas e Energia ainda não tenha publicado as diretrizes finais para o início dos preparativos. “(O leilão) está sendo preparado com os cuidados necessários… Um dos principais pontos para atender a nossa demanda é definir as fontes que iremos contratar para geração firme de energia, considerando a necessidade das térmicas existentes e o planejamento de novas térmicas”, disse Silveira.
O evento de reserva de capacidade é aguardado por termelétricas, como Petrobras e Eneva, que veem oportunidade de recontratar suas usinas ou viabilizar novos projetos, além de hidrelétricas, como a Eletrobras, que buscam aumentar a potência de suas usinas com novas máquinas.
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Alguns representantes do setor acreditam que um sistema elétrico mais robusto poderia ajudar o Brasil em tempos de crise hídrica, que impacta a geração hidrelétrica.
Em relação à forte seca, que vem afetando a geração hidrelétrica e provocando maior acionamento de térmicas, Silveira destacou que o Brasil tem “segurança energética garantida” para este ano. “Não teremos racionamento, garantimos a segurança energética. O que se discute agora são medidas para manter essa segurança energética com o menor impacto tarifário para o consumidor.”
Questionado sobre a preocupação com o próximo período chuvoso, crucial para o reabastecimento dos reservatórios das hidroelétricas, o ministro afirmou que deve haver sempre preocupação. “2025 é preocupante, 2026 é preocupante. Dado o cenário climático atual, um ministro deve sempre tratar isso como uma preocupação.”
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Segundo Silveira, o planejamento do setor elétrico já aponta para a necessidade de o Brasil dobrar o tamanho do seu parque termelétrico, atualmente de 20 gigawatts (GW), até 2031, devido aos efeitos das mudanças climáticas.
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