O mercado financeiro começou a ver os juros subindo na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que termina na próxima quarta-feira (18), com alta de 0,25 ponto, deixando a Selic em 10,75% por ano, segundo números do relatório Focus divulgados nesta segunda-feira (9).
Caso isso se concretize, os juros brasileiros voltarão ao patamar observado em março, quando o BC tomou rumo contrário ao cenário atual, em meio a um ciclo de flexibilização da política monetária.
A taxa está mantida em 10,50% ao ano desde maio, quando o Copom anunciou a última queda do ciclo atual.
O mercado prevê novas máximas após a reunião de setembro, com a Selic encerrando o ano em 11,75%. Neste cenário, as taxas de juros no país estarão no maior nível desde dezembro de 2023.
Se por um lado os dados da economia brasileira acima do esperado e a taxa de desemprego em níveis historicamente baixos reforçam os argumentos de que as atividades estão muito aquecidas, por outro, os números mais recentes da inflação reduzem a pressão sobre o BC para aumentar as taxas de juros, dizem analistas entrevistados pela CNN.
Em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) apresentou deflação de 0,02% —o primeiro movimento negativo de inflação em mais de um ano. Em 12 meses, o indicador desacelerou para 4,24%. O BC segue meta de 3% para este ano, com margem de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
Jefferson Laatus, estrategista-chefe do grupo Laatus, afirma que os dados mostram que a inflação não está sob tanta pressão, deflacionando o cenário de necessidade imediata de aumento dos juros.
“O mercado questiona se a expectativa de aumento dos juros ainda é justificável neste momento, dado o atual cenário econômico”, destaca.
Com visão mais otimista, Volnei Eyng, presidente da gestora Multiplike, afirma que o resultado acumulado em 12 meses dentro dos limites da meta indica que a taxa Selic pode ser mantida estável ou até reduzida moderadamente.
“Esse cenário oferece um alívio considerável para a economia, impactando positivamente o consumo e o crédito.”
Na opinião de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a surpresa positiva com os dados soma-se ao direcionamento dos diretores do município quanto à dependência de indicadores para tomada de decisão. Desta forma, o economista entende que a necessidade de aumentar os juros ainda não está estabelecida.
“Todas as declarações dos diretores do BC reafirmaram a dependência de dados para a tomada de decisões, o que significa que a surpresa baixista e estruturalmente benigna do IPCA deixa a possibilidade de manutenção da Selic muito viva, como projetamos”, escreveu Sanchez.
Efeito de interesse
O aumento das taxas de juros afeta empréstimos mais caros, a fim de conter os gastos dos consumidores. Em efeito cascata, a pressão monetária deverá provocar uma desaceleração da economia e trazer mais desafios ao mercado de trabalho.
Com o aumento do custo do crédito, os setores da economia que dependem do fluxo de consumo e financiamento são os mais impactados. Estes incluem construção, varejo e indústria e, mais especificamente, o setor automobilístico.
Em entrevista com CNNrepresentantes do setor apontam restrições às suas respectivas atividades devido ao atual patamar da Selic.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, diz que o setor funciona e é competitivo com taxas de juros em torno de 9%. Acima disso, as operações tornam-se muito onerosas e, no longo prazo, consumidores e empresas são prejudicados.
“As altas taxas de juros no nosso setor são altamente prejudiciais. Uma taxa de 10,5% ao ano já é muito complicada”, afirma Correia.
Varjeo também demonstra preocupação com o cenário de pressão da Selic. O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Felipe Tavares, destaca que a busca por algum mecanismo para conter a inflação é justificada, mas avalia o controle de juros como inadequado.
“Qualquer variação na renda disponível ou na percepção de confiança dos consumidores tende a afetar a redução do consumo, e isso significa redução na receita do varejo”, aponta Tavares.
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