John Textor, dono da SAF do Botafogo, causou polêmica ao afirmar, nesta quarta-feira (4), que o presidente do Vasco, Pedrinhoesteve presente numa reunião sobre Fair Play Financeiro. Em resposta, o diretor do Vasco da Gama divulgou nota dizendo que o americano mentiu.
Este episódio não é o primeiro em que Textor se envolve em polêmicas com dirigentes de outros clubes brasileiros. Ele já havia trocado farpas com Pedrinho e tem histórico de desentendimentos com o presidente do Palmeiras, Leila Pereirae com o representante de São Paulo, Júlio Casares. O presidente da CBF, Ednaldo Rodriguestambém não ficou de fora desta lista de confrontos.
O início da confusão entre Textor e Leila Pereira
A tensão entre Textor e Leila Pereira começou em 2023, quando o Botafogo, então líder do Campeonato Brasileiro, enfrentou o Palmeiras, que ocupava o segundo lugar. Em uma reviravolta histórica, o alviverde venceu a partida. O dono do SAF manifestou sua insatisfação com a arbitragem, alegando que a expulsão do zagueiro Adryelson foi injusta e afirmou: “Aquilo não foi cartão vermelho, ele chega primeiro na bola. Nem tenho certeza se foi uma falta. E não é cartão vermelho, mudou o jogo. Isso é corrupção, é roubo. Você pode me multar, Ednaldo, mas precisa pedir demissão amanhã de manhã.”
“Esse campeonato virou piada. Ninguém merece isso. Os jogadores do Palmeiras não querem ganhar assim, nós não queremos perder assim. Senhores, vocês jogaram um belo jogo, mas isso é corrupção. Isto tem que mudar. E você precisa renunciar pelo bem do jogo. Vocês podem me multar, me expulsar, mas o estádio é meu, ainda estarei aqui”, continuou Textor.
No dia 6 de dezembro, o Botafogo divulgou nota oficial informando que enviou relatório ao STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) detalhando erros de arbitragem em diversas partidas do Campeonato Brasileiro de 2023. O clube também enviou uma carta solicitando que medidas fossem tomadas com base em relatórios independentes fornecidos por renomada empresa especializada em tecnologia e análise de árbitros e manipulação de resultados.
Após a confirmação do título do Palmeiras, Leila Pereira foi questionada em entrevista sobre as declarações de John Textor. Ela não hesitou em criticar o dono do Botafogo, chamando-o de desequilibrado. “Isso me deixa estranho porque acho que o dono está desequilibrado. O Botafogo liderando o campeonato há tanto tempo, causa todo esse problema, a turbulência e perder esse campeonato acho que o Textor foi desequilibrado”.
Sem demora, o dono do Botafogo divulgou uma nota em resposta a Leila Pereira, afirmando que o Palmeiras vive um ambiente onde jogar com um jogador a mais é considerado um sinal de equilíbrio.
“Nunca sugeri que ela, pessoalmente, seja responsável pelas ações curiosas e pelas forças externas que apoiam o sucesso de sua equipe. Ironicamente, assim como ela sugere que sou um cara “desequilibrado” por causa do estudo, queria lembrá-la que buscamos algo equilibrado para o benefício de todos os clubes, e do Brasil inteiro.”
Em março de 2024, Textor voltou a ganhar destaque ao abordar o tema arbitragens no Brasil. Ele alegou ter indícios de corrupção na arbitragem brasileira e instaurou uma CPI para investigar o assunto. Sobre o Palmeiras, o norte-americano afirmou que o clube não teria participação direta ou institucional no problema, mas estaria envolvido no que chamou de “jogos corrompidos”, citando como exemplo a derrota do Fortaleza por 4 a 0 no Brasileirão de 2022 .
Após início da CPI, Textor enviou mensagem ao presidente da CBF
“Você pode me multar, Ednaldo, mas precisa pedir demissão amanhã de manhã. Esse campeonato virou piada. Ninguém merece isso. Os jogadores do Palmeiras não querem ganhar assim, nós não queremos perder assim. Senhores, vocês jogaram um belo jogo, mas isso é f… corrupção. Isto tem que mudar. E você precisa renunciar para o bem do jogo.”
Em abril deste ano, o Palmeiras entrou com uma ação na Justiça comum contra John Textor, pedindo que ele apresentasse as provas que afirmava ter sobre a manipulação de jogos envolvendo o alviverde.
Na ocasião, Julio Casares, presidente do São Paulo, também prometeu recorrer à entidade, além de buscar medidas nas esferas cível e criminal.
O dirigente tricolor cobrou que o norte-americano esclarecesse a denúncia de que cinco jogadores são-paulinos estariam envolvidos na manipulação de resultados, especificamente na derrota sofrida pelo Tricolor por 5 a 0 para o Palmeiras no Allianz Parque, no dia 25 de outubro, pelo Campeonato Brasileiro do ano passado.
“Não pode ficar assim. São Paulo está tomando medidas concretas junto ao STJD e às esferas cível e criminal. É lamentável que instituições importantes do nosso futebol sejam afetadas por um ato imprudente e irresponsável”, afirmou Casares. Textor ainda disse que tinha provas contra o clube paulista. O cartola compareceu à Delegacia da Cidade do Rio de Janeiro para apresentar provas e, mais uma vez, deixou um recado para Leila Pereira, e também para Julio Casares, de São Paulo.
“Estou tentando ajudar, ok? Leila, abaixe suas armas. Você não conhece as evidências que tenho. Júlio, São Paulo. Irmão, você é um amigo. Não posso falar sobre isso, porque é a natureza das evidências que tenho.” As trocas de farpas entre Textor e Leila Pereira continuaram, e o presidente do Palmeiras nem compareceu ao Rio de Janeiro para o confronto válido pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, os torcedores penduraram em uma avenida bonecos representando Leila e Ednaldo Rodrigues. Textor se pronunciou afirmando que tal atitude não representava a torcida botafoguense e pediu desculpas pelo ocorrido.
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