A menos de três semanas do seu provável último torneio de Roland Garros, Rafael Nadal só tem Roma para fazer ajustes no saibro, competição em que seu grande rival, Novak Djokovic, quer corrigir um início de temporada decepcionante.
Pode ser a última vez que duas das maiores estrelas do tênis das últimas duas décadas encabeçarão um Masters 1000, torneios que perdem apenas em importância para os quatro Grand Slams.
Símbolo da passagem inexorável do tempo, esta é talvez a primeira vez em muitos anos que apesar da presença destes dois grandes tenistas (que juntos somam 46 Grand Slams), organizadores e espectadores do Foro Italico lamentam outras ausências importantes.
Pecador e Alcaraz ausentes
A estrela local Jannik Sinner (nº 2 do mundo) não competirá no torneio depois de sofrer uma lesão no quadril na semana passada em Madrid. O jovem espanhol Carlos Alcaraz, símbolo da nova geração, também será uma grande ausência devido a problemas no antebraço.
Com a ausência dos dois tenistas vistos por muitos como futuros reis do circuito na próxima década e sucessores dos integrantes dos “Três Grandes” (Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic), o torneio de Roma, que celebra seu 87ª edição, terá que se contentar com os dois veteranos… embora tudo possa ser esquecido se Nadal e Djokovic protagonizarem o 60º duelo entre eles, que só poderá acontecer na final, marcada para 19 de maio.
Nadal, que em breve completará 38 anos, chega a Roma para “consolidar a evolução” demonstrada entre Barcelona, torneio em que reapareceu depois de se lesionar em janeiro, e Madrid, onde chegou aos oitavos-de-final.
Decacampeão em Roma, o último em 2021, Nadal deve contar com o torneio italiano para decidir se jogará ou não em sua “casa”, Roland Garros (26 de maio a 9 de junho). Ele já avisou, antes de sua participação no Masters 1000 de Madrid, que só competirá na tradicional prova francesa se se sentir “suficientemente capaz de competir bem”.
Rafael Nadal enfrentará Zizou Bergs (Q) na primeira rodada#IBI24 | @atptour pic.twitter.com/8qTtOGnyEW
— Internacional BNL d’Italia (@InteBNLdItalia) 7 de maio de 2024
“Não tenho certeza de nada”
“Não tenho certeza de nada, não sei o que vai acontecer”, reconheceu Nadal após ser eliminado em Madrid e depois de quase dois anos em que mal conseguiu jogar devido a lesões.
O Rafa, que está afundado no ranking mundial, é o número 305, por inatividade, teoricamente terá uma estreia tranquila contra um adversário do qualificaçãomas no segundo turno já poderia ter um adversário de alto nível, o polonês Hubert Hurkacz (N.9).
Djokovic se encontra em uma posição incomum. O sérvio ainda é o número 1 do ranking, mas a esta altura da temporada ainda não conquistou um único título, algo que só lhe aconteceu uma vez (em 2022) desde que chegou à elite do tênis.
Depois de perder nas semifinais de Monte Carlo para o norueguês Casper Ruud, Djokovic, que completará 37 anos em breve, não competiu em Madrid e preferiu ir treinar em Belgrado.
Roma será seu quinto torneio em 2024. Seu principal objetivo é estar pronto para Roland Garros, antes de seguir para Wimbledon, os Jogos Olímpicos de Paris e a temporada norte-americana em quadra dura.
Rivalidade emergente
“Este ano foi um pouco diferente para mim. Ainda não encontrei meu melhor nível de tênis e espero fazê-lo em Roland Garros”, analisou o sérvio, seis vezes vencedor em Roma, na semana passada.
Se o desempenho de Nadal e Djokovic levanta muitas dúvidas, outros especialistas no saibro chegam com mais confiança, como o grego Stefanos Tsitsipas (campeão em Monte Carlo) e o russo Andrey Rublev (vencedor em Madrid).
Na categoria feminina, um novo capítulo poderá ser vivido na rivalidade emergente entre a polaca Iga Swiatek (N.1) e a bielorrussa Aryna Sabalenka (N.2), após a espectacular final que protagonizaram no WTA 1000 de Madrid, com a vitória do primeiro.
Sem esquecer a cazaque Elena Rybakina (N.4), atual campeã do Foro Italico.