O Parque Ibirapuera completa 70 anos em 2024. Para comemorar a data, o multiatleta Pepe Fiamoncini decidiu promover uma ação não oficial na cidade de São Paulo. Neste sábado (20), ele correr 70 km dentro do parque. E ele não pretende correr sozinho. Através das redes sociais, está convidando os amantes da corrida e dos cartões postais da cidade de São Paulo a participarem deste “treinamento de luxo”. E a participação tem sido intensa e a expectativa é que um grande número de pessoas participe do desafio festivo. “Até levo bolo”, promete Pepe, lembrando que a atividade é gratuita.
“Basta aparecer e correr juntos. E para facilitar a logística e tornar essa ação ainda mais democrática, serão 10 voltas, cada uma com 7 km de extensão e 1 hora para finalizar cada uma. Se você terminou mais cedo, apenas descanse até o tempo acabar e comece o próximo loop novamente. As pessoas podem correr quantas voltas quiserem. Vou enfrentar os 70km”, explica Pepe, que estará em frente ao Planetário, a partir das 5h30 para iniciar o desafio. “Consegui fazer parceria com a consultoria de corrida Prime Run para garantir estrutura, com água, mesa, cadeiras, local para guardar pertences. Teremos também alguns brindes ao longo do desafio”, acrescenta.
Pepe é frequentador assíduo do parque. O Ibirapuera é um dos lugares onde você se prepara para enfrentar desafios como multiatleta. Um dos principais foi incluído no Guinness Book como o mais rápido da história a cruzar o Salar de Uyuni, na Bolívia, considerado o maior e mais alto deserto de sal do mundo. Foram 170 km em 33 horas, 4 minutos e 10 segundos, a 3.656 metros de altitude, em maio de 2023.
E para quem acha que 70km é demais, Pepe conta que, em janeiro, percorreu 217km. Foram 37 horas para completar o percurso entre as cidades de Águas da Prata e Paraisópolis, pela BR 135, a ultramaratona mais difícil do Brasil e uma das mais desafiadoras do mundo. Este ano, ele também completou o Ironman 70.3 no Panamá. Com o tempo de 4:42:51, ficou em 12º lugar na categoria 30-34 anos e em 59º lugar, entre 696 competidores.
A vida de corredor de Pepe Fiamoncini não é feita apenas de distâncias ultraniveladas. Ele se prepara para completar seis Majors, as maratonas mais importantes do mundo: Nova York, Berlim, Boston, Tóquio, Chicago e Londres. “O objetivo é completar todos em um ano, feito que ainda não foi alcançado por nenhum brasileiro. Apenas 316 brasileiros conseguiram completar todos os seis ao longo de vários anos. E também tentarei ser o mais rápido na soma dos tempos de cada maratona”, explica.
Outra meta é quebrar o recorde de maior número de dias consecutivos correndo meia maratona em esteira. “A marca atual é de 120 dias e proponho rodar 125 dias. O objetivo, além do recorde, é engajar mais pessoas na prática de atividade física. A ideia é colocar três esteiras em um local com grande visibilidade e fluxo de pessoas, como um shopping center, para que as pessoas possam participar do registro, tanto como espectador quanto como atleta, correndo comigo”, revela.
Nas alturas – Pepe corre muito, mas não se restringe a distâncias dignas de ultramaratonas. Ele pretende escalar a maior montanha de cada continente (oito no total) em três meses. O objetivo é estabelecer um novo recorde mundial e usar a conquista para chamar a atenção para o aquecimento global. O projeto é para o primeiro semestre. Até o momento, apenas nove brasileiros conseguiram completar o desafio e o recorde nacional é de um ano. O recorde mundial durou quatro meses. Ele também planeja completar os 7 Cumes, escalando a montanha mais alta de cada continente. “O desafio não é apenas escalar todos, mas fazer isso em três meses e bater o recorde brasileiro, que é de um ano”, afirma.
“Quero sempre testar meus limites e, para isso, sou movido por desafios. Já escalei Aconcágua, Sajama, Illimani (primeiro brasileiro a escalar sozinho em menos de 24 horas), Ojos del Salado, entre outras montanhas. Fiz o Everesting Challenge, que consiste em pedalar até atingir a altitude da montanha mais alta do mundo. Também competi no Mundial de Extreme Triathlon na Noruega em 2023 (melhor Sul-Americano), no UB515, Campeonato Sul-Americano de Ultradistância (terceiro lugar geral), detenho o recorde de mais jovem (31 anos) a cruzar o Leme até Ponta sem Neoprene, entre outros desafios”, afirma.