A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil continuou a crescer em julho. Com alta de 1,02%, o estoque atingiu R$ 7,139 trilhões, ante R$ 7,067 trilhões do mês anterior, em valores nominais, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional, divulgados nesta sexta-feira (30).
Os números, divulgados pelo governo sem aviso prévio, refletem diretamente as taxas de juros e de crescimento do país, impactando consequentemente o emprego, a renda e a inflação, por exemplo.
Ainda segundo o ministério, a dívida mobiliária pública federal interna (DPMFi) teve seu estoque aumentado em 1% e passou de R$ 6,754 trilhões para R$ 6,822 trilhões, devido à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 57,12 bilhão.
Em relação ao estoque da dívida pública federal externa (DPFe), houve variação positiva de 1,28% sobre o estoque apurado em junho, o que fez com que o governo encerrasse julho devendo R$ 317,63 bilhões (US$ 56,10 bilhões), sendo R$ 266,72 bilhões (US$ 47,11 bilhões) relativos a dívidas mobiliárias e R$ 50,91 bilhões (US$ 8,99 bilhões) relativos a dívidas contratuais.
Pesquisa do Banco Central, divulgada nesta sexta-feira, mostrou que a dívida pública atingiu 78,5% do PIB em julho.
A autoridade monetária utiliza metodologia diferente do Tesouro e utiliza esses e outros dados para basear sua decisão na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,5% ao ano.
Embora o governo tenha estabelecido a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 e 2025, os gastos continuam aumentando – veja o contingenciamento de R$ 15 bilhões no último relatório bimestral, que ainda não foi recuperado.
Atrelada à alta do dólar no período, as expectativas de inflação vêm subindo no país e, pela sexta semana consecutiva, os analistas de mercado projetam um número maior, chegando a 4,20% no último boletim Focus publicado esta semana.
Em posição defensiva, o BC já anunciou que “não hesitará em aumentar a taxa de juros para garantir a convergência da inflação à meta”.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a Selic, está marcada para os dias 17 e 18 de setembro e, com base nas sinalizações da última reunião e no que vêm dizendo os diretores e presidentes da autoridade monetária, haverá não haverá corte, mas é possível um aumento na percentagem.
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