O mês de setembro realiza mais uma Super Quarta, mas desta vez com a expectativa de uma possível alta nos juros no Brasil e queda nos Estados Unidos. Por isso, a reunião do Copom, marcada para 18 de setembro, acaba sendo uma das mais esperadas do ano, prometendo muita volatilidade.
Diante desse cenário, os analistas recomendam cautela ao investir em renda fixa até que seja possível ter mais clareza sobre o próximo movimento do Banco Central. Hoje, o mercado precifica 18% de chance de manutenção da Selic, enquanto alta de 0,25 ponto percentual (pp) tem apoio de 49,50% e 31% apostam em alta de 0,5 pp
Enquanto Yuri Alves, economista da Guide Investimentos, diz que a chance de aumento dos juros – segundo os contratos de Opção do Copom – é justificada, Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, diz que a probabilidade de manutenção da Selic ainda é em 50%.
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Mal precificada ou não, a próxima decisão do Copom será “pesada” porque sinalizará o caminho para as próximas reuniões e ainda depende de dados de inflação, como o IPCA, e de emprego, explica Alves.
Os diretores do BC, por sua vez, têm demonstrado estar atentos aos números econômicos, principalmente aos que ainda estão por vir.
Supermercado quarta-feira
A avaliação dos especialistas, portanto, é que a reação da curva de juros após a próxima Super Quarta dependerá do tom da declaração do Banco Central – mais um elemento ainda desconhecido.
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Portanto, mesmo quem quer manutenção ou aumento da Selic precisa manter a calma. “Eu não alocaria agora, não recomendo nenhum posicionamento dado o contexto atual”, diz Yuri Alves. Ele projeta que os dados de inflação e emprego nos EUA também contribuirão para gerar volatilidade no mercado.
Onde investir?
Com a baixa visibilidade no curto prazo, o Tesouro Selic entra em cena como opção para reservar oportunidades, separar dinheiro em uma aplicação rentável e segura para quando o investidor identificar um cenário que lhe permita arriscar mais. “Ficar em ativos atrelados ao CDI ou Selic ainda é um bom negócio porque oferecem baixo risco”, diz Mendonça, da AVG Capital.
Quem quiser se aventurar no Tesouro IPCA+ ou no Tesouro Prefixado já pode pensar em como reduzir o risco do investimento no cenário ainda turbulento. Gabriel Redivo, sócio e diretor administrativo da Aware Investments, recomenda “priorizar vencimentos curtos e médios, que oferecem uma combinação de segurança e rentabilidade, sem se expor muito ao risco de marcação a mercado”.
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Mas, para os analistas, não há motivo para pressa. O fim do IPCA + 6% não é o cenário base, independentemente da decisão do Banco Central. “A inflação ainda precisa ser controlada de alguma forma, o governo e o BC precisariam demonstrar outras ferramentas para essa estabilização”, diz Mendonça, a respeito do cenário de manutenção da Selic. Ou seja, o mercado deverá continuar a pedir prémios elevados para investimentos.
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