O presidente-executivo da Azul (AZUL4), John Rodgerson, afirmou nesta quinta-feira que a companhia aérea está saudável financeiramente, recebendo novas aeronaves e não tem planos de entrar com pedido de recuperação judicial.
“Não temos uma companhia aérea falida. Temos uma companhia aérea super saudável, que vai negociar com seus parceiros”, disse o executivo em entrevista ao Reuters.
Um pedido de falência (chamado Capítulo 11 nos Estados Unidos) “não é o nosso plano. Não é o meu plano, não é o plano dos sócios”, disse o executivo. A Azul é a única grande companhia aérea que opera no Brasil que não entrou com pedido de proteção contra credores.
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“Estamos trabalhando em uma discussão amigável com todos como sempre fizemos”, acrescentou o executivo, que negou reportagem publicada na véspera pela Bloomberg que citava um possível pedido de recuperação judicial entre as opções da empresa.
As ações da Azul terminaram o pregão com queda de mais de 24%, cotadas a 5,50 reais, enquanto o Ibovespa caiu 0,95%. A rival Gol, que não está no índice e entrou com pedido de recuperação judicial no início deste ano, fechou em alta de 1,8%, a 1,11 reais.
A Azul encerrou junho com liquidez total de 6,4 bilhões de reais, ante 5,5 bilhões um ano antes. Na comparação com o início do ano, a dívida bruta da empresa ao final do primeiro semestre aumentou 3,8 bilhões de reais, principalmente devido à desvalorização de 11,7% do real frente ao dólar, que elevou as despesas com leasing de aeronaves da empresa. e despesas com empréstimos denominados em moeda estrangeira.
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Rodgerson afirmou que as empresas de leasing de aeronaves “entendem” a situação criada pela desvalorização cambial e pelo cenário de altas taxas de juros. “Ninguém imaginava que o mercado estaria onde está”, disse o executivo, citando como exemplo do entendimento dos arrendadores o novo Airbus A330 recebido pela Azul nesta quinta-feira de um dos arrendadores com quem a empresa negocia. O executivo não informou o nome da locadora.
Ainda na frente de melhorar a estrutura de capital, o presidente da Azul afirmou que “certamente” a empresa recorrerá a recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), aprovado na véspera pelo Congresso e que prevê 5 bilhões de reais por ano em crédito ao setor.
A Fnac foi criada em 2011 para promover o desenvolvimento do sector da aviação civil através de investimentos em infra-estruturas. O texto aprovado na véspera permite a possibilidade de empréstimos garantidos pela Fnac às companhias aéreas.
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O executivo não mencionou valores, mas mencionou que a Azul pode solicitar o recebimento de “um terço” do valor do fundo. “É uma dívida um pouco mais barata do que conseguiríamos no mercado”, disse ele.
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