A Vibra Energia está investindo recursos no combate ao crime no setor de combustíveis e calcula que o fim das irregularidades no segmento permitiria um retorno de 13 bilhões de litros por ano ao mercado formal no Brasil, disseram executivos da empresa nesta quinta-feira.
O volume de combustível apropriado pelo crime foi calculado pela Vibra — antiga BR Distribuidora e maior distribuidora do Brasil — em conjunto com a consultoria McKinsey.
Considerando apenas a participação de mercado da Vibra, a empresa acredita que poderá recuperar cerca de 1,5 bilhão de litros por ano com uma redução estimada em aproximadamente 40% nas fraudes.
“São 13 bilhões de litros de combustível que, se o setor for regularizado, retornará ao mercado formal”, afirmou o vice-presidente de Jurídico, Compliance e Relações Institucionais da Vibra, Henry Hadid, durante reunião com investidores para discutir a situação da empresa. estratégias. empresa.
“Há uma reserva de litros pela qual podemos lutar e vamos focar cada vez mais nesse combate ao mercado irregular.”
O presidente da Vibra, Ernesto Pousada, destacou que a empresa trabalha em conjunto com o Instituto Combustível Legal (ICL), mas que também criou uma estrutura própria para combater irregularidades, em meio a um crescimento significativo da criminalidade no setor, que atingiu empresas.
Recentemente, o regulador ANP suspendeu cautelosamente a licença de empresas suspeitas de agir ilegalmente e intensificou a repressão às irregularidades, em conjunto com diversas autoridades.
“O problema mudou de nível (…) é um problema de país, você tem governadores, ministros falando sobre esse assunto. Acho que definitivamente temos uma chance, talvez a única que temos em mãos, de reduzir definitivamente o problema da ilegalidade neste país”, disse Pousada.
O presidente destacou que a empresa criou áreas específicas em Brasília e no Rio de Janeiro com esse objetivo, que estão sob os cuidados do vice-presidente Jurídico, Compliance e Relações Institucionais, Henry Hadid.
Entre os temas, Pousada afirmou que as áreas também tratam de assuntos relacionados ao legislativo federal. Uma das prioridades, segundo ele, é a monofase do etanol, o que poderá contribuir para a redução das ilegalidades.
Na tributação monofásica, o imposto é maior na produção, por exemplo, reduzindo a incidência de alíquotas nas etapas subsequentes de comercialização.
A empresa acredita no crescimento do consumo de etanol nos próximos anos, com o avanço dos carros híbridos.
“Pessoalmente, estive envolvido com a ICL muito mais do que talvez nos últimos 12, 18 meses, por isso temos uma agenda definida para que isso avance”, disse ele.
Dados do ICL, baseados em estudos contratados com a Fundação Getulio Vargas (FGV), indicam que os prejuízos fiscais no setor de combustíveis por irregularidades chegam a R$ 14 bilhões e as perdas operacionais totalizam R$ 10 bilhões, segundo números apresentados pela Vibra.
Também presente no evento, o presidente da ICL, Emerson Kapaz, destacou que o governo está percebendo como o mercado irregular de combustíveis tem afetado as contas federais.
“Esse déficit que ele (o governo) tem hoje será encontrado muito mais rapidamente aqui do que lutando com Shein”, disse Kapaz. “Se quiserem resolver o problema do défice, venham connosco”, disse, citando a polémica em torno do chamado imposto da blusa, que tributa compras internacionais até 50 dólares.
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