Neste sábado, o Santos estreia na Série B do Campeonato Brasileiro, contra o Paysandu, na Vila Belmiro. O jogo será especial para o experiente Robinho. O meio-campista do Papão conversou com exclusividade Gazeta Esportiva sobre as expectativas do clube paraense para a disputa do campeonato.
O jogador de 36 anos chegou ao Paysandu em meados de 2023, com a missão de ajudar o clube a voltar à Segunda Divisão. Robinho cumpriu o objetivo e não escondeu a alegria em defender o time, que se sagrou campeão paraense após vencer o Remo na grande final.
“Tem sido muito legal, uma temporada muito produtiva. Desde que cheguei no Paysandu tem sido muito legal. Cheguei com o objetivo de levar o time para a Série B, graças a Deus deu certo. Sabemos o quão difícil é a Série C, o Paysandu está lá há cinco anos. Fui contratado para ajudar na subida e deu certo. O Hélio ajudou muito, é um cara multicampeão”, disse ao repórter.
“Agora montamos um bom time, fomos campeões invictos no Estadual. A Copa do Brasil não foi como queríamos, enfrentamos logo um time da Série A. Quando perdemos, pensamos que estava tudo errado, mas vemos a diferença em um time da Série A. Paramos para pensar e vimos que foi uma derrota digna. Estamos invictos no Re-pas.
Um fator que entusiasma o tricampeão da Copa do Brasil é a oportunidade de trabalhar com o técnico Hélio dos Anjos.
“Eu e o Hélio foi uma coisa muito louca. Nós nos adaptamos muito rapidamente. Nós nos demos muito rapidamente. Entendi muito rápido o trabalho tático que ele gosta e ele entendeu meu estilo de jogo, tentou me complementar. Tivemos um relacionamento muito bom. Sua chegada foi maravilhosa para mim. É um elenco muito bom”, detalhou.
Robinho disputou 14 das 21 partidas do Papão nesta temporada. Ele revelou que teve um início de ano conturbado, mas agora está pronto para fazer uma boa campanha na Série B.
“O início do ano não foi fácil, senti dores na panturrilha, acabei perdendo alguns jogos. Aí nasceu minha filha… Perdi cinco ou seis jogos no Estadual. Mas faz parte. Estou feliz com minha filha, que nasceu bem. O Hélio e a diretoria entenderam muito bem isso e me ajudaram. Agora quero ganhar mais ritmo no jogo. É o campeonato que mais ansiamos. Teremos tempo para treinar e temos tudo para fazer uma boa Série B”, disse.
Hoje, o meio-campista de 36 anos se tornou um dos grandes dirigentes do elenco do Paysandu e tenta ajudar seus companheiros a levar o time à elite. Mas isso não significa que ele tenha privilégios, pelo contrário.
“Sei que tenho uma grande liderança, sou o capitão da equipe. Mas procuro ficar o mais calmo possível no dia a dia. Procuro não carregar esse fardo de liderança, mesmo sabendo que muitas coisas passam por mim”, afirmou.
“Tento mostrar para a galera que não sou grande coisa, que não sou diferente de ninguém, faço todos os treinos com todo mundo, não tenho privilégio e não quero ter. Procuro ser o mais tranquilo possível e temos outros jogadores experientes também”, ampliou.
“Sem dúvida é um dos maiores desafios da minha carreira. O Paysandu é muito grande. Hoje eu vejo isso. Mas, a certa altura, o Paysandu foi esquecido. Foram cinco anos de Série C. Claro que em Belém está muito vivo, mas no cenário nacional está esquecido. Esse período longe da Série B e da Série A atrapalhou muito o clube. É um desafio muito grande. Conseguimos subir para a Série B e consegui ser campeão. Mas meu maior desafio agora é levar o Paysandu para a Série A. Vai ser um trabalho árduo, pode ter certeza. Vamos fazer uma grande campanha”, completou.
Uma estreia especial
Mesmo durante a entrevista para o Gazeta Esportiva, Robinho falou sobre suas expectativas para reencontrar o Santos. O meio-campista vestiu a camisa preta e branca entre 2008 e 2009 e tem muito carinho pelo time da Baixada Santista.
“Eu estava vindo nessa viagem e fiquei até pensando. Tenho um carinho muito especial pelo Santos. O Santos foi o time que me deu a oportunidade de disputar meu primeiro campeonato brasileiro. Às vezes até falo um pouco do Santos, talvez focando um pouco mais no Palmeiras e no Cruzeiro. Mas eu realmente amo muito isso. Tirei foto com o Pelé, brinquei com o Neymar… Foi um momento muito marcante na minha vida”, disse.
“É um prazer vir aqui novamente, jogar contra o Santos, ir para a Vila Belmiro. Fiquei triste com o rebaixamento, então ver que o Santos está se recuperando é muito gratificante”, completou.
Robinho já enfrentou o Santos 32 vezes ao longo de sua carreira. São 11 vitórias, seis empates e 15 derrotas. O jogador, porém, nunca conseguiu marcar gols contra seu ex-time.
“Estou me cobrando agora. Não marquei nenhum gol nesta temporada. Isso já é chato, está na hora. E o Santos é o único time grande que não fiz gol. Já dei muitas assistências, mas ainda não marquei nenhum gol e confesso que isso me incomoda um pouco. Mas foco muito no time, se vencer é ótimo”, declarou.
O meio-campista colocou o Peixe como grande favorito ao título da Série B, mas mais uma vez destacou o desejo de sair da Vila Belmiro com pelo menos um ponto.
“O Santos montou um bom elenco, muito rapidamente. Foi uma grande melhoria em relação ao ano passado. O Santos é o favorito para ser campeão da Série B. Chegamos confiantes, mas com muita humildade. Temos que fazer um jogo muito seguro para vencer. Nosso objetivo é marcar 45 pontos. Temos que marcar e isso precisa começar no sábado. Vamos tentar fazer o nosso jogo”, pontuou.
O Peixe não poderá contar com o apoio de sua torcida no confronto, pois está punido pelo STJD pela confusão que marcou a derrota por 2 a 1 para o Fortaleza, na última rodada da Série A de 2023. Há três partidas com portões fechados e mais três com público parcial.
“Não penso pela nossa equipe. Nosso time está muito acostumado com torcedores. Claro que está a nosso favor, mas estamos habituados ao ambiente e ao barulho dos adeptos. Faz diferença. Há jogadores que não jogam sem torcedores. Não sei como será. Estou triste, queria que a vila ficasse lotada, é maravilhoso, lotado, é lindo de ver. Mas, de alguma forma, pode nos ajudar”, concluiu Robinho.
Santos e Paysandu se enfrentam neste sábado, às 16h30 (horário de Brasília), na Vila Belmiro, pela primeira rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.