(Reuters) – A Petrobras (PETR4) buscará ao máximo reduzir a reinjeção de gás natural em poços de petróleo de novas plataformas de produção, onde haja viabilidade técnica, disse nesta quarta-feira a presidente da empresa, Magda Chambriard, a jornalistas.
A afirmação ocorre após o governo publicar esta semana um decreto que autoriza o regulador ANP a ordenar às petrolíferas que reduzam a reinjeção de insumos nos poços de petróleo, a fim de aumentar a oferta do insumo nacional e reduzir os preços. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, isso valeria para novos projetos.
“Vamos fazer o máximo possível porque entendemos que o gás é uma fonte de energia para o país, isso trabalha para a transição energética, para baratear os produtos brasileiros, para revigorar a nossa indústria, fornecer gás a preços acessíveis para a nossa população” , disse Chambriard, ao participar de compromisso em Brasília.
O presidente da Petrobras destacou que a empresa tem “absolutamente” consciência de sua responsabilidade como contribuinte da geração de energia primária do país.
No entanto, o executivo sublinhou que o aumento da utilização do gás natural ocorrerá principalmente a partir de novas plataformas.
“Nas (plataformas) que já estão aí (em operação) e nas que já estão sendo entregues isso não será possível, então até o decreto dizer que faremos isso onde houver viabilidade técnica, não podemos fazer isso onde não há mais viabilidade técnica”, disse Chambriard.
“Algumas plataformas da Petrobras foram projetadas durante o governo passado sem possibilidade de exportação de gás para o litoral. Então a gente está revisando isso também, esse é um assunto delicado porque, digamos assim, evita a possibilidade de comercializar uma quantidade muito grande de recursos. Essa é mais uma correção de rumo que estamos fazendo na Petrobras.”
Atualmente, o Brasil possui extensa produção de gás natural associado ao petróleo e, em muitos desses ativos, as concessionárias optam por reinjetar grandes volumes do insumo, como forma de aumentar o fator de recuperação de petróleo e a rentabilidade do campo.
Além disso, o país sofre com a falta de infraestrutura para o escoamento do gás natural produzido em águas ultraprofundas.
Além do gasoduto Petrobras Rota 3, que deverá entrar em operação até o final de setembro após anos de atraso, atualmente não há outros em construção para atender campos já em operação.
Chambriard confirmou ainda que a empresa estuda a implantação de uma nova plataforma em Búzios, que seria a 12ª unidade do tipo FPSO no mega campo do pré-sal localizado na Bacia de Santos, com a criação de um novo “hub” de gás. do pré-sal.
A declaração confirma um relatório da Reuters publicado este mês.
O executivo reiterou que Búzios será “o maior campo do Brasil”, destacando que ultrapassará 1 milhão de barris por dia de produção.
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