SÃO PAULO (Reuters) – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira que os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto, divulgados na véspera, foram melhores que os números anteriores. , mas ainda não deram conforto, reiterando que o município fará o que for necessário para atingir a meta de inflação.
O IBGE informou nesta terça-feira que o IPCA-15 desacelerou em agosto, registrando alta de 0,19%, em linha com as expectativas. Em 12 meses, o índice atingiu 4,35%, próximo ao teto da meta do BC, de 4,50%.
“Tivemos ontem um número de inflação que chegou um pouco melhor, o IPCA-15, mas não nos dá conforto”, disse Campos Neto, durante a 25ª Conferência Santander, em São Paulo.
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Ao analisar o cenário, Campos Neto afirmou que o processo de desinflação no Brasil desacelerou e que a inflação implícita nos ativos “subiu muito”, o que gera “grande desconforto” ao Banco Central. Segundo ele, há uma recente desancoragem adicional nas expectativas de inflação.
“O BC fará o que for preciso para atingir a meta”, acrescentou em seguida. O centro da meta de inflação do BC é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Campos Neto também aproveitou o evento para reforçar algumas das mensagens recentes sobre política monetária, ressaltando que, além de o BC fazer “o que for preciso” para trazer a inflação para a meta, a assimetria no equilíbrio de riscos da instituição não não significa uma orientação para a próxima reunião.
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“Entendemos que não ter orientação às vezes aumenta um pouco a volatilidade, mas tem hora que dar orientação tem valor negativo”, afirmou. “Entendemos que há ansiedade no mercado neste momento e que o mercado tem um prêmio de risco em relação à comunicação dada, que foi fruto da convergência dos conselhos”, acrescentou.
ATIVIDADE ECONÔMICA
O presidente do BC destacou ainda o bom desempenho da atividade nos diversos setores, o que tem levado o mercado a perder as projeções de desemprego ao longo do tempo.
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“Acho que há uma percepção de que a economia brasileira está mais forte, o que é verdade, há uma percepção de que a força de trabalho continua bastante apertada, com alguns sinais, ainda incipientes mas mais claros, de que pode haver uma transmissão para os preços dos serviços de uma forma mais prolongada”, afirmou.
Atualmente, o Ministério do Trabalho e Emprego projeta a criação de 2 milhões de novos empregos com carteira assinada no Brasil em 2024. No mais recente relatório Focus, a projeção para o crescimento do PIB este ano passou de 2,23% para 2,43%.
BALANÇO FISCAL
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Durante o evento, Campos Neto disse ainda que, em todos os momentos da história em que houve queda sustentável das taxas de juros no Brasil, houve equilíbrio na área fiscal. Segundo ele, a ancoragem das expectativas fiscais permite a ancoragem monetária.
O presidente do BC também aproveitou para fazer novos alertas sobre a dinâmica fiscal no Brasil.
“Apesar do bom crescimento da receita, as despesas no Brasil superaram a receita. Isto tem sido uma realidade nos últimos meses e nos últimos anos”, alertou.
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Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, também no evento do Santander, que o esforço do governo no segundo semestre permitirá cumprir a meta fiscal de 2024.
A meta do governo é resultado primário zero neste ano, mas com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB).
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