O dólar reverteu os ganhos da véspera nesta sexta-feira (23) e fechou em forte queda frente ao real após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmar no simpósio de Jackson Hole que “chegou a hora” de cortar o câmbio. interesse nos Estados Unidos.
Segundo Powell, “os riscos ascendentes para a inflação diminuíram. E os riscos descendentes para o emprego aumentaram”, por isso é altura de ajustar a política monetária do país.
O efeito foi imediato: as ações de Wall Street subiram, enquanto os rendimentos das empresas subiram. Tesouros e o dólar despencou. O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas, caiu 0,80%, a 100,69 pontos.
Qual é a taxa de câmbio do dólar hoje?
O dólar comercial caiu 1,97%, a R$ 5,479 em compra e venda. O dólar futuro do primeiro mês (DOLc1) perdeu 2,23%, atingindo 5.483 pontos.
Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 1,96%, cotado a R$ 5,5899 e, com isso, a moeda acumulou alta de 0,22% na semana.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5.479
- Venda: R$ 5.479
Dólar de turismo
- Compra: R$ 5.519
- Venda: R$ 5.699
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Há muito aguardada pelos mercados globais, a participação de Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole reforçou as apostas de que a Reserva Federal (banco central dos EUA) começará a cortar as taxas de juro em setembro.
Powell argumentou que “chegou a hora” de a Fed cortar as suas taxas à medida que os riscos para o mercado de trabalho aumentaram, enquanto a inflação está no bom caminho para atingir a meta de 2%. Na prática, foi um apoio explícito à flexibilização da política monetária.
“Chegou a hora de ajustar a política. A direção a seguir é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nas taxas de juro dependerão dos dados que chegarem, da evolução das perspetivas e do equilíbrio dos riscos”, afirmou o presidente da Fed.
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Em reação ao discurso de Powell, os investidores procuraram ativos mais arriscados, como ações e moedas de países emergentes, o que resultou na queda global do dólar. Às 17h26, o índice do dólar (DXY) caía 0,81%, a 100,69 pontos. Como resultado, o indicador está a caminho de fechar nos 100 pontos pela primeira vez este ano.
Até então, os 100 pontos só haviam sido alcançados nas mínimas diárias desta semana.
“As questões locais do Brasil foram praticamente deixadas de lado hoje devido às declarações de Powell”, disse o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Isso tirou um pouco do peso do mercado e os investidores passaram a procurar ativos de risco.”
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Uma taxa de juros mais baixa nos EUA favorece o diferencial de juros para o Brasil, que se torna mais atrativo para investimentos internacionais.
Internamente, a principal dúvida ainda é se o Banco Central aumentará ou não a taxa básica Selic em setembro, conforme precificado pelo mercado. A probabilidade de alta de 25 pontos-base na Selic em setembro é de 90%, de acordo com a precificação da curva a termo brasileira. Há mais 10% de probabilidade de manter a taxa em 10,50% ao ano.
“Se ele (o BC) não aumentar os juros na próxima reunião, o real deverá se desvalorizar ainda mais e os juros longos deverão subir”, pontuou Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. “Se o BC não aumentar os juros, o mercado subirá sozinho”, acrescentou, referindo-se aos possíveis efeitos na curva.
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(Com Reuters)
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